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O BRASIL ACABOU

Uma grande parte dos 1.910 mortos de ontem e de toda a pandemia da Covid-19 é de pessoas que precisaram e precisam sair pra trabalhar e sobreviver

Créditos: Ricardo Mignone

Estamos vendo as cenas mais tristes e revoltantes da História do Brasil. E tudo isso não veio de surpresa. Houve alertas, avisos, previsões científicas. Eu mesmo alertei diversas vezes. Sobre o risco de o Brasil ser uma ameaça à saúde mundial. E quem mais está pagando um alto preço é a camada mais pobre da nossa pirâmide social.

Uma grande parte dos 1.910 mortos de ontem e de toda a pandemia da Covid-19 é de pessoas que precisaram e precisam sair pra trabalhar e sobreviver. E por que precisaram sair pra trabalhar? Porque o (des)governo não garantiu a manutenção dos empregos e dos salários, tampouco a sobrevivência e manutenção das empresas e do comércio.

Perdemos, pais, mães, irmãos, irmãs, avós, tios, tias, muitos parentes e amigos. Estamos perdendo nosso País, nossa terra, nosso chão.

O ministro da Economia Paulo Guedes, o "posto Ipiranga", disse claramente que é para deixar falir as micro, pequenas e médias empresas. Sua única atuação foi para salvar os bancos e as grandes corporações capitalistas (grandes demais para quebrar) e, graças ao auxílio emergencial (que teve o valor pífio de R$200, elevado para R$600 pela oposição no Congresso, após uma emenda da bancada do PT), que a queda do PIB não foi maior e as pessoas conseguiram se manter/consumir por algum tempo. Vivemos uma política de terra arrasada.

O modelo neoliberalista/homicida não permite lockdown, não permite investimento público, massacra a classe trabalhadora, vende a preço de banana o patrimônio nacional.

Saibam que o desgoverno bolsonarista/negacionista/ultraliberal é genocida porque jogou o povo ao abate infeccioso sem vacina e sem amparo algum, depois de ter negado a existência do vírus, negado a pandemia, boicotado o uso de máscaras e o distanciamento social e feito de tudo pra não ter vacina. O Brasil fez tudo "errado" desde o início, e isso atrasou a economia, atrasou a superação da pandemia, atrasou a vacinação e aumentou as mortes. E agora está acelerando os óbitos.

Em contrapartida ao Brasil, a China "comunista", o "demônio" segundo os negacionistas e fundamentalistas, com seu planejamento estatal, ciência revolucionária e população educada, que fez tudo certo, do lockdown civilizado à produção da própria vacina, relativamente já retomou sua vida. Aqui no Brasil ficaremos nesse sofrimento até 2022, pelo menos.

Está mais do que evidente. O que vemos no Brasil é um projeto ultraliberal eugenista de precarização do trabalho e da vida do trabalhador e de deixar morrer os fracos, deixar falir os pequenos, desmontar o Estado e destruir a indústria e a engenharia nacionais em prol do mercado financeiro e do latifúndio. Estamos virando um gigantesco Haiti.

Infelizmente, o Brasil hoje é um risco sanitário global com o surgimento de novas mutações do Coronavírus. O País registra o maior número de casos diários com recorde de mortes, do mundo.

O (des)governo Bolsonaro é a escória da escória da humanidade, o chorume do lixo autoritário, num país pobre negacionista de terceiro mundo. E parte da população brasileira continua aplaudindo isso, tornando-se cúmplice de um genocídio. A História não perdoará!

Ricardo Mignone é
Jornalista há 31 anos. Formado na Universidade Federal do Espírito Santo


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