Ufa vida! - Jornal Fato
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Ufa vida!

O desafio de fazer uma palestra sobre o dia da mulher em um ambiente majoritariamente masculino.


- Foto: Divulgação

Ainda em comemoração ao mês da Mulher recebo o convite da companheira do Conselho dos Direitos da Mulher, Lucinea Vicente Caetano Coelho, ela que é Diretora do Sindilimpe - ES, para proferir palestra, referente ao Dia Internacional da Mulher, aos trabalhadores da empresa Corpus - responsável pela limpeza urbana.

Na data e horário previstos chovia torrencialmente, peguei muito trânsito, a empresa se localiza numa rua paralela à Exposição, no Aeroporto.  Fui prá lá e prá cá até que um senhor se dispôs a me ajudar e me levou ao local, que fica numa transversal. Adentrei num espaço repleto de caminhões de coleta, mas até então as dificuldades se resumiam na chuva, lama e desorientação.

Ao chegar tive a primeira surpresa, um galpão enorme, aberto, e repleto de homens vestidos com uniformes verdes. Muitos homens, dezenas deles. Pensei, onde estão as mulheres para quem eu fora falar? Poucas, pouquíssimas e eu havia entendido que me comunicaria com elas, em alusão ao seu dia. Como tenho dificuldade em falar de improviso, levei em mãos a palestra que havia preparado, e que pela inutilidade amassei e joguei na bolsa. No meio daquele alvoroço de vozes masculinas a diretora pediu silêncio, foi atendida e eu solicitei o microfone. Aí me foi informado que não tinha. Olhei para aquele galpão enorme, aberto, repleto, eu sem minha palestra e pensei: F.... de vez! Pedi ajuda a Deus, ne apresentei, e comecei a falar de direitos iguais, citei leis, as mulheres concordavam, eles impassíveis. Desviei a fala para a sensibilização e os relacionamentos, questionei como tratavam as companheiras no lar e no trabalho, que as esposas carecem de carinho e amor, de maridos parceiros na criação dos filhos e nas tarefas domésticas.  Perguntei quem beija a mulher. Silêncio. Fui além, perguntei quem fizera amor com a esposa na última semana. Apenas um se manifestou, todos olharam para ele espantados.  - Ué, amor sem beijos? Ele fez sinal que através de uma boa conversa no ouvido. Conclusão: A admiração dos companheiros o elevou a categoria de herói do evento e da vida!  

 


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