A Academia de Letras e os jovens - Jornal Fato
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A Academia de Letras e os jovens

Entre meus propósitos, ao assumir a presidência, foi abrir vagas para escritores jovens, mentes diversificadas e prontos a assumirem o espaço dos mais experientes


Vencedores da edição de 2023 do concurso de crônicas promovido pela ACL. - Foto: Arquivo/FATO

Ao se referir à Academia de Letras imagina-se uma entidade cujos participantes possuam uma longa história no mundo da cultura. Já com livro publicado e escrevendo sistematicamente em jornais e revistas, tive dificuldade em ser admitida na Academia. Por isso me surpreendi ao tomar conhecimento da história da nossa Academia, fundada por um grupo de jovens do Liceu e da Escola de Comércio, cujas primeiras reuniões ocorreram na Casa do Estudante.

Entre meus propósitos, ao assumir a presidência, foi abrir vagas para escritores jovens, mentes diversificadas e prontos a assumirem o espaço dos mais experientes, que são imortais apenas no título. Essa realidade já é vivida, a Academia usufrui de um tempo efetivo de participação ativa, os jovens trazem novos estímulos aos idosos e percebe-se uma revitalização que se concretiza pela frequência nas reuniões.

E a fim de inserir concretamente a Academia na comunidade, decidimos trazer o Concurso anual que ela promove para dentro das Escolas. A cada edição os jovens escrevem sobre temas atuais, como "Cachoeiro dos sonhos", o "Bicentenário da Independência", "Rio- espelho de sua cidade", e neste ano um tema não tão concreto, "Essa antena delicadíssima, captando pedaços de todas as dores do mundo, que me fará morrer de dores que não são minhas".    (Fraternidade, de Newton Braga).

Em relação ao Concurso algumas conclusões são relevantes como: a participação das escolas públicas em igualdade com às particulares; o envolvimento maciço das escolas, neste ano numa média de 900 a 1000 alunos; a premiação consistente aos vencedores, através de patrocínio e principalmente a possibilidade de se conhecer o que pensa a nova geração, em relação a temas tão relevantes. Recordo-me com emoção dos jovens de escolas públicas, que vão receber o prêmio com toda sua família, pessoas simples, porém orgulhosas e altaneiras.

E neste ano a sensibilidade de Newton explodiu na escrita, que revelou a dor da injustiça social, através da própria realidade e de outros que a denunciam. Os jovens são conscientes do mundo em que vivem e são eles os atores capazes que mudar a realidade. E a Academia de Letras de Cachoeiro de Itapemirim segue junto nesse propósito.


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