Mulher é presa no Novo Parque em operação contra familiares de integrantes de facção - Jornal Fato
Polícia

Mulher é presa no Novo Parque em operação contra familiares de integrantes de facção

Além da captura em Cachoeiro, outras seis suspeitas foram presas em Vitória pela Polícia Civil, que cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão contra acusadas de transmitir ordens e transportar drogas para prisão


- Divulgação

Sete mulheres, com idades entre 22 e 48 anos, foram capturadas pela Polícia Civil. As prisões ocorreram nos bairros Novo Parque, em Cachoeiro de Itapemirim; da Penha, Itararé, Conquista e São Benedito, em Vitória. 

Este é o resultada da operação denominada "Machine Head", deflagrada na segunda-feira (30) com objetivo de cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra familiares de integrantes do alto escalão do Primeiro Comando de Vitória (PCV), responsáveis por transmitir ordens e transportar drogas para o interior do presídio Máxima II.

A investigação, iniciada há um ano, está a cargo do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat), das delegacias especializadas, e da Subsecretaria de Inteligência (Sei) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), com o apoio da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core). 

A operação contou com a participação do secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Leonardo Damasceno.

O resultado foi apresentado em coletiva de imprensa na Chefatura da Polícia Civil, em Vitória. Coordenador do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat), o delegado Alan Moreno de Andrade destacou a importância das pessoas envolvidas no esquema criminoso. 

"Já temos alguns que podem ser citados. Entre eles estão Caveira, Fu e Wanderson, que fazem parte do segundo escalão do Primeiro Comando de Vitória, o PCV. Essas pessoas se comunicavam diretamente com Fernando, o Marujo, transmitindo ordens da liderança do PCV, localizada no Complexo Máxima II, para as ruas. Isso demonstra a relevância delas dentro da facção criminosa".

Mencionando execução ocorrida em Cachoeiro, Alan Andrade explicou o funcionamento da troca de informações dentro da facção. "Em alguns casos, os bilhetes eram enviados em tempo real. Ainda estamos investigando esses detalhes, e, durante as oitivas, vamos questionar as envolvidas para ver se colaboram com as investigações. Um exemplo já identificado foi o homicídio de um homem conhecido como 'Punho de Aço', em Cachoeiro de Itapemirim. Informações obtidas por escutas confirmaram quem foi o mandante do crime. Apesar de a investigação já estar quase encerrada, nosso relatório de inteligência ajudou a corroborar toda a investigação, comprovando a autoria", destacou o coordenador do Ciat.

Sobre a forma como as mulheres transportavam as mensagens, Andrade esclarece: "trabalhamos com algumas hipóteses, sendo a principal o uso de fundos falsos em roupas. Outra possibilidade é que elas tenham ingerido as mensagens em pequenas cápsulas. Ainda temos três mandados pendentes, pois algumas das envolvidas não estavam em casa no momento das prisões. Vale ressaltar que a investigação é mais ampla e envolve outras pessoas. Inclusive, presos do Complexo de Viana serão ouvidos para esclarecer melhor a situação".

Questionado sobre a possível participação de policiais penais, o delegado Alan de Andrade foi categórico: "Não temos qualquer indicação de que policiais penais estejam envolvidos. Pelo contrário, a Polícia Penal é uma parceira constante da Polícia Civil, e trabalhamos juntos em prol da sociedade capixaba".

Controle

Segundo o subsecretário de Estado de Inteligência (Sei) da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), delegado Romualdo Gianordoli, é importante lembrar que, diferentemente de estados como São Paulo, onde uma facção criminosa domina todo o território, aqui temos mais de uma facção disputando espaço. 

"O Espírito Santo tem trabalhado muito bem para impedir que essas organizações cresçam e aumentem seu poder de corrupção e destruição. Embora enfrentemos casos graves, conseguimos manter o controle, principalmente quando comparado a outros estados. Isso reflete diretamente na redução dos índices de homicídios", assegura Gianordoli. 

Além dele e do coordenador do Ciat, Alan Moreno de Andrade, a coletiva contou com a participação do coordenador da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e chefe do DEHPP, delegado Ricardo Almeida; do delegado-geral adjunto José Lopes e da delegada Larissa Bussular, do Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat).

 






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