Roberto Carlos, em prosa e versos - Jornal Fato
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Roberto Carlos, em prosa e versos

O livro "Em Prosa e Verso", de autoria de Roberto Carlos, é destaque na coluna de hoje


- Ilustração: Zé Ricardo

Meu irmão Ronald e eu, filhos dos mesmos pais (Manuel Mansur e Maria Evangelina Mansur), temos uma história singular: Empatamos com a mesma idade em todos os 10 de fevereiro desde 1949 (vem o desempate em 27 de fevereiro, ou 05 de março, conforme a versão do dia do meu nascimento).

Certamente por isso temos mais coisas em comum. Certamente, centrados em nosso avô materno, Heraclides Alves de Araujo, de Muniz Freire, apaixonado por livros e leituras (foi Vovô Heraclides quem nos ensinou as primeiras letras). Temos, Ronald e eu, prazer inimaginável para a maioria: tanto na leitura de livros, quanto por surrupiar livros de altíssima qualidade e históricos (surrupiar estende-se apenas a mim - Sei lá!!!).

O mais importante: livro pra nós não tem preço, tem qualidade. Livro não é nosso, é para, em algum momento, ser entregue a uma biblioteca pública e até particular, se for o caso.

E, mesmo sendo turcos (libaneses, na verdade), o que pra nós é imenso elogio; com a gente não tem essa coisa de vender livro nosso não. Se quem for o receptor merecer, o livro vai de graça pra ele, vez que, pra mim e para o Ronald, o sorriso e o olhar que a juventude nos devolve ao receber livro de nossa posse, é nossa maior honra, nosso maior prazer, maior glória que poderíamos ter - e temos tido.

Sucedeu-se que, por esses dias, Ronald me mandou livro de 1967, chamado "Em Prosa e Verso", de autoria de Roberto Carlos, sim, dele mesmo, do Rei Roberto Carlos, nascido em Cachoeiro em 19 de abril de 1940. 191 páginas de texto de Roberto. E nós todos no mundo - ao menos os que conheço - sequer sabíamos que Roberto Carlos era cronista, tendo lançado o livro de crônicas (e poesias) em 1967, 55 anos passados. (Consultei biografias de Roberto Carlos e também não encontrei referência ao seu livro).

Pois bem, concluída essa não tão breve apresentação, vamos ao que interessa.

Faço sugestão à Prefeitura de Cachoeiro, sugestão à Secretaria de Cultura e Turismo, que adquira, na Estante Virtual (www.estantevirtual.com.br), os vinte volumes do "Em Prosa e Verso", de Roberto Carlos que estão lá. São os que restam. E informo - a prefeitura nem precisa fazer licitação.

Todos os livros juntos, todos os 20 livros de Roberto Carlos anunciados na Estante Virtual, não chegarão a um salário mínimo de custo, se bobear nem a 800 reais eles chegarão, na totalidade, correio incluso.

Depois, é só deixar uns dois na Casa de Cultura Roberto Carlos, numa estante visível, das que já tem lá, e distribuir os demais para Bibliotecas e Escolas Públicas Municipais. (o único senão que tenho, é que bibliotecas inundáveis pelo Rio não os recebam).

Tenho certeza de que a Secretaria Municipal de Cultura de Cachoeiro de Itapemirim não deixará de adquirir TODOS os livros do Rei Roberto Carlos, na Estante Virtual.

E se não o fizer com urgência, corre o risco de perder todos esses tesouros para cidadãos interessados, e eu nem preciso identificá-los, identificar tais e quais cidadãos cachoeirenses.

 

 

Fazer o Certo no Lugar Certo

Confesso-me extremamente preocupado. A cidade está calada, ou estava toda na praia e ainda não chegou completamente a Cachoeiro. O que está escrito abaixo, nada tem a ver em sentido contrário à efetiva necessidade de um "Centro de Referência da Mulher", em nossa cidade, só que em lugar correto e correspondente às suas sérias responsabilidades, quando em funcionamento.

Fique claro, então, que o que vem aqui pra baixo são conclusões técnicas e é proposta que faço ao cachoeirense - Vamos acordar? Vamos examinar cada assunto público por ele mesmo, mas de forma integral? Tudo isso para que não paguemos mais caro, no futuro, do que a própria despesa do presente, num local complemente inadequado (a prefeitura deveria tomar umas lições com a UNIMED, nessa área de proteção aos doentes e necessitados de tratamento médico. E diria, principalmente, com as entidades locais que tratam com imenso carinho e segurança das pessoas em situação de crise ou de idade).

Mas a Prefeitura já está mexendo internamente (por enquanto) no prédio da antiga ESCELSA, bem ao lado do Banco do Brasil, centro da cidade, subida para a Catedral. Adultera ilegalmente (e quem fez a lei foi a atual administração) imóvel que é PATRIMÔNIO HISTÓRICO DE INTERESSE DE TOMBAMENTO de Cachoeiro, como está no DIÁRIO OFICIAL DO MUNICIPIO, de 30/12/2021 (pág. 78 - imóvel 18).

Até o cidadão de poucas letras sabe que tal imóvel não pode ser adulterado por ninguém, e muito menos pelo Executivo, sem autorização/aprovação dos conselhos municipais competentes e posterior alteração na lei municipal. No caso, mais grave ainda: - Estão descumprindo a lei do PDM, sancionada pela atual administração, lei que não tem nem três meses de validade.

Além do aspecto histórico/cultural (o imóvel é centenário), o imóvel tem sérios impedimentos a um funcionamento público intensivo. O imóvel não tem fundos para qualquer rua, vez que o imóvel dos fundos é de propriedade do Banco do Brasil, há mais de 50 anos. Ou seja, inexiste acesso ao imóvel, pelos fundos.

De outro lado, na parte de frente do prédio (de interesse de tombamento, conforme lei sancionada nesta administração, repito), não tem e é impossível, na prática legal e urbanística, ter um único local para parada de veículos, principalmente trazendo pessoas doentes, seja do corpo, seja da alma.

O trânsito - há décadas - é intenso por ali. A Rua Costa Pereira, única via de saída, é estreitíssima e mais que isso, já é perigosa. Parar por ali é chamar acidentes - basta ir lá pra ver. E parar muitos veículos, em todas as horas de movimento, é tentativa de crime de morte contra cidadãs e cidadãos.
E fugindo de tudo isso, a Prefeitura absurdamente informa: - "As obras no imóvel que abrigará a Casa Rosa - que fica na subida da rua Costa Pereira, Centro, próximo ao Banco do Brasil - foram iniciadas... O objetivo é reunir, em um único espaço, diversas ações voltadas especificamente para o público feminino, de forma a facilitar o acesso a serviços oferecidos pela atenção primária. A Casa Rosa contará com salas para vacinas e testes rápidos, fisioterapia, odontologia, ultrassonografia, ginecologia, clínica geral, psicologia e nutrição, dentre vários outros, além de um auditório para palestras".

Imagina tudo isso concorrendo com o trânsito necessário e já tornado mais perigoso com a incrível e absurda alteração na pista rolante da Praça Jerônimo Monteiro.

Essa proposta é de que - diz a prefeitura - "seja um espaço de promoção da saúde da mulher de forma integral. Casos de violência doméstica, por exemplo, poderão ser identificados na triagem para que sejam tomados os devidos cuidados. Também haverá outras atividades que afetam mais o público feminino, como questões relacionadas à beleza e estética", conforme explica a Prefeitura, poderá trazer o caos na cidade e, pior, exporá muitas mulheres na busca de solução de suas necessidades. Imagina um monte de desocupado, naquele local, selecionando as mulheres submetidas a "casos de violência doméstica" e outras!!!

A prefeitura conclui - está nos jornais: "é muito importante para Cachoeiro ter um equipamento dessa qualidade na região central da cidade", mas a incompetência urbanística e social pela escolha do local é coisa que nunca vi nos meus quase 60 anos que moro em Cachoeiro.

Espero que escolham um local adequado e o façam com urgência, aí sim, em benefício integral das mulheres cachoeirenses.


Higner Mansur Advogado, guardião da cultura cachoeirense e, atamente, vereador

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