Me dá espaço no teu colo? - Jornal Fato
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Me dá espaço no teu colo?

teu regaço, próspero teus braços


teu regaço, próspero
teus braços
de polpa, com a doçura do fruto e o
melaço
com o sândalo das pequenas flores brancas
depois dizem: foi-se...
medem estetoscópios histéricos.
pulso...pulso...pulsa?
vermelhos. Olham-se
água...água...água!
e olvidam o tronco da estação inevitável que não se apaga
e atestam pobres obituários ignorando a natureza de certos universos
nada lhes é claro
tal o feixe estrelado iluminando a noite antes de aquecer o dia.
dá-me , a pia benta do vosso colo, e me lavarei com cada beijo teu vos digo,
e te darei Beirute onde ainda nunca esteves.
Donde vem teu broto
e te darei o cedro dourado e mouro
e terás o Líbano
então não me enlutarei com a mortalha do vácuo...não eu
porque ainda escuto voz avó
como o mar bramido: Olga!
entre
as espumas brancas sob o sol
do colo delicado e largo
que é trigo na mão rubra do pão sagrado que alimenta tanto
a pátria encarnada
do amor incansável
feito pôr de sol ocre no céu laranja que não se esgota
entre dedos carinhosos
da extremidade reluzente e infinita
feito um verso pequenino embalando o menino que adora


Giuseppe D'Etorres Advogado

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