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Textos alheios

Nem sempre conseguimos escrever


Nem sempre conseguimos escrever. Na maioria das vezes prefiro ler. Ler nos traz alegrias e entretenimento, passo horas com revistas, jornais e livros. Principalmente com os textos instrutivos, esclarecedores e instigantes. Foi o que aconteceu na semana que passou. Cacá Diegues (cineasta) alertou: Nenhum regime ou governo, hoje instalado no mundo, tem, de modo explicito, por base, princípio ou programa, o combate à desigualdade. Em nosso mundo, a desigualdade é cada vez maior, em todas as sociedades do planeta. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos alguém se mata em algum lugar do mundo. O motivo é a depressão social. Em 1848, John Stuart Mill disse: O melhor Estado para a natureza humana é aquele em que ninguém é pobre, ninguém deseja ser mais rico, nem tem motivo algum para temer ser empurrado para trás pelo esforço dos que querem avanços.

Luiz Antonio Santini (pesquisador da Fiocruz/ ex-diretor do Instituto Nacional do Câncer): Sem desconhecer os progressos alcançados com os avanços na terapia celular e na imunoterapia, ele descarta a possibilidade de que isso seja uma panaceia que irá substituir os tratamentos convencionais de cirurgia, quimioterapia e radioterapia para o câncer. Ele reafirma a importância do foco na prevenção e na detecção precoce. O câncer não é uma única doença, mas, na verdade, um grande número de neoplasias malignas. Para uma grande parte dos cânceres, o principal risco está relacionado à idade. Fatores de risco modificáveis como fumo, obesidade, sedentarismo e exposição a contaminantes ambientais explicam cerca de 90% dos casos de câncer. No campo cientifico, o predomínio da metáfora do "corpo como máquina" e "medicina como guerra" produziu um poderoso quadro de referências na era após a Segunda Guerra Mundial. O perigo da metáfora de guerra é que ela equipara a produção de medicamentos e outras tecnologias a uma corrida de armamentos e cria a fantasia que todos os problemas de saúde serão resolvidos com tecnologias sofisticadas. Além disso, a metáfora incentiva estratégias de marketing da indústria de medicamentos e equipamentos.

A Revista Bioética (Conselho Federal de Medicina - CFM) comenta o "movimento antivacina", uma ameaça para o mundo com doenças imunopreveníveis, exigindo estratégias locais e mundiais. Em 1953, no Rio de Janeiro, o cronista capixaba José Carlos Oliveira, escreveu: As crianças, meus senhores, não querem saber de alta política. Tem fome e exigem comida, não tem casa e exigem casa, estão abandonadas e exigem assistência. Hoje apenas se deitam e tiritam de frio em qualquer canto, mas amanhã serão homens revoltados, serão definitivamente inúteis, incapazes até de revolta, ou perdão, ou ódio. Entretanto, não têm culpa (...).  Salvemos pelo menos as crianças. Senhores políticos... As crianças devem ser salvas. As crianças precisam ser salvas. Pensai um momento neste fato, formulai uma solução (e, pelo amor de Deus, colocai em prática!) e ide em paz comer vosso peru de natal.

 

Sergio Damião Sant'Anna Moraes

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Sergio Damião Médico e cronista

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