Dia desses me perguntaram sobre algo essencial à vida: a água. Quanto ingerir por dia e se com as mudanças climáticas e alterações de temperaturas é necessário o aumento de sua ingestão e outros líquidos para mantermos a saúde. Respondi que temos um mecanismo no corpo humano, mecanismo da sede, de extrema sensibilidade, que não nos deixa, na maioria das vezes, em risco de desidratar e faltar líquido no corpo para a boa função dos nossos órgãos internos. Esse mecanismo deixa de ser suficiente para as nossas necessidades hídricas no caso de perdas como diarreia ou vômitos; suor excessivo (exercícios físicos extenuantes em locais quentes) e em alguns idosos debilitados. Alertei para o risco do excesso de líquidos nos pacientes com insuficiência cardíaca e renal e naquelas pessoas que apresentam edemas (inchaços). Portanto, na grande parte do tempo de nossas vidas, tirando as exceções citadas e se não existir agravos em saúde (infecções urinárias de repetição em mulheres e cálculos renais), podemos manter a ingestão de líquidos conforme o mecanismo e estímulo da sede e estaremos bem hidratados. Após a resposta, fiquei pensando nos outros fatores essenciais à vida. Aquilo que é indispensável e não pode faltar à sobrevivência da célula e do organismo. Imprescindível à vida humana. Além da água: o ar e o alimento. Em fim do pensamento, fiquei com a impressão que tirando a água, o ar e o alimento, o lado biológico, para manter a vida, nada mais era preciso. Em pensamento reduzi o ser humano a um ser puramente biológico. A vida humana se resume apenas ao alimento, ar e água? Voltei a pensar: o que é essencial à vida humana e vai além do biológico e se aproxima da transcendência? Aquilo que faz sentido e nos mantém verdadeiramente vivos. Aquilo que nos faz humanos e nos acrescenta a espiritualidade. Refiz a pergunta: o que é essencial para a humanidade? Para o bem estar e felicidade humana?  Aquilo que vai além da água, ar e alimento?

A resposta está nos valores humanos, algo como não ficar neutro perante uma injustiça; humildade; empatia - ver o mundo com os olhos dos outros com uma antena de alta sensibilidade; respeito (aos idosos e aos diferentes) e solidariedade. Isto é, os princípios morais e éticos - formar uma consciência que influencie a maneira de agir e se relacionar em sociedade. Criar sentimentos bons dentro de nós. O bem é vivermos conforme nossa consciência. Na verdade, é estarmos em paz com a nossa consciência. Afastarmos de nós as seduções que nos levam às vaidades. Por fim, para atingirmos a qualidade de vida tão sonhada à humanidade, a essência é a busca da educação. Com ela todo o resto virá. Com ela, afastamos a crise de valores, que é ficar alheio aos princípios éticos e morais (não se indignar com as injustiças). Claro que devemos pensar na pessoa, no indivíduo e nas individualidades, listar não só os fatores fundamentais para a vida, mas, também, os importantes para o bem estar de cada um de nós. Mesmo porque, o que me traz bem estar, ou felicidade, pode não servir para você. Nesse caso, cada um deve fazer sua lista de desejos e seduções.