Conexão Mansur: o Ipaci e as aposentadorias - Jornal Fato
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Conexão Mansur: o Ipaci e as aposentadorias

Tenho severas restrições a tudo o que foi feito desde a criação do Ipaci, preocupação que mais aumenta, enquanto diminui escandalosamente o número de servidores admitidos por concurso público na Prefeitura de Cachoeiro


- Ilustração: Zé Ricardo

Com a responsabilidade pública que carrego, fico muito preocupado - muito mesmo - com a questão do IPACI, instituto de aposentadoria e pensão dos funcionários públicos da Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, mais especificamente, no caso, com aqueles servidores de carreira, aprovados em concurso público, ainda que há anos e anos não tenhamos concurso público municipal em nossa Cachoeiro de Itapemirim.

É que, após a posse por concurso público, o servidor passa a contribuinte obrigatório do referido IPACI, instituto criado há algum tempo, com a possibilidade de apresentação de bons ou maus resultados com o tempo, em não menos de 30 anos de contribuição.

Ocorre que - e não é só Cachoeiro - o Instituto é dirigido, administrado e fiscalizado por funcionários de carreira, os quais não tem experiência profunda na área - daí a ocorrência de problemas e a possibilidade de severas "escorregadas" quanto à formação de patrimônio que garanta com muita segurança o rendimento do servidor público de Cachoeiro... quando ele se aposentar.

Como se sabe, em qualquer plano oficial de aposentadoria - seja no INSS, no IPACI, ou seja lá onde for - o empregador entra com uma parte da contribuição e o funcionário público entra com outra. Quanto aos valores anteriores à criação do IPACI, ou seja lá qual instituto for, o empregador paga tais valores anteriores, o que deveria ser em dinheiro, mas nunca o é.

Na quase unanimidade, o poder público, ou seja, a Prefeitura de Cachoeiro e quem mais for, todos entram com bem imóveis, normalmente sobrevalorizados ou imóveis de venda impossível, dada sua falta de qualidade de negociação ou a impossibilidade de aluguel em percentual justo sobre o valor do imóvel. (Cachoeiro merece estudo muitíssimo sério sobre isso, e não só sobre isso, mas sobre isso primordial e urgentemente, o que poderia corrigir o futuro..., mas o passado já tá ferrado e o servidor aposentado da Prefeitura é quem irá pagar).

Culpa do servidor? Moralmente não, mas o mesmo não se pode dizer quando ele - servidor - guarda silêncio monumental e constrangedor nesses anos todos e até hoje. E até quando? E amanhã, como se portarão, na proteção de seu futuro de aposentado?

Na minha opinião, opinião de quem não perde nada (e nem ganha) com qualquer resultado do IPACI, tenho severas restrições a tudo o que foi feito desde a criação dele, preocupação que mais aumenta, enquanto diminui escandalosamente o número de servidores admitidos por concurso público na Prefeitura de Cachoeiro, se é que algum foi admitido nos últimos anos. E aumenta, sempre, o número de aposentados.

Estou sabendo que nesta semana ocorreu audiência pública do IPACI, com os servidores pertencentes a ele, não sei pra que. Mas o que quero saber, em favor do futuro dos funcionários públicos concursados, qual a perspectiva de segurança, hoje, da aposentadoria deles (ou não) nos próximos anos, com a inépcia do poder público Municipal; além de outras questões, como, por exemplo, mas não só:

  • qual o valor registrado oficialmente de cada imóvel pertencente ao IPACI e qual seu valor efetivo atual? E por que, indo alguns a hasta pública, nenhum é arrematado por particulares capitalistas. Serão os capitalistas mais expertos?
  • Qual a influência efetiva da não-entrada de novos servidores concursados, seja no futuro do IPACI, ou na aposentadoria dos atuais membros do IPACI?
  • Porque existe grande déficit nas contas para o futuro do IPACI - 1.115.497.025,93?

Existem muitas outras questões a serem levantadas e espero que os servidores municipais saibam cobrá-las, já que é sobre eles que pesarão as contas de um fundo não administrado corretamente ou com resultados insatisfatórios, ou ambos.

Ainda voltarei a falar sobre o assunto, dada minha grande preocupação com a matéria, mas volto a insistir: - ou o IPACI, por seus diretores, ou os servidores públicos municipais, tomam pé da situação em relação ao futuro e sejam mais interessados no futuro do IPACI, ou não existirá futuro do IPACI. Logo...

 

Rubem Braga ensinando a escrever

Texto do maior cronista do Brasil e do Mundo - cachoeirense - publicado em 27 de maio de 1951, no jornal carioca Correio da Manhã. É realmente uma aula sobre como escrever bem. Sou de opinião que esse texto deveria estar colado em todas as salas de aula e bibliotecas de Cachoeiro e do mundo), dada sua efetiva verdade simples e verdadeira. Sobre o assunto "escrever", não conheço texto melhor e mais respeitável.

- "A única maneira certa de escrever bem é ir dizendo o que nos dá na telha; não há melhor regra do que a veneta, e se eu tivesse alguma autoridade além da longa prática, eu daria este conselho aos moços prosadores e poetas: "Não digam nunca que estão com vontade de morrer quando acontece que estão com vontade é de tomar banho de mar; sejam vulgares quando se sentirem vulgares; não façam mistérios das coisas simples, porque elas já são, na verdade, demasiado misteriosas; e quando olhando a janela, acharem que a manhã está muito bonita, escrevam exatamente assim: a manhã está muito bonita; quando estiverem indignados, escrevam com indignação".

 

Art & Breja

 

 

A Praça Jerônimo Monteiro recebeu nos dias 6 e 7 de outubro (sexta e sábado) momento especial, digno de ser repetido semanalmente: a primeira edição do Art & Breja.

Gastronomia, cerveja artesanal, artesanato, microempreendedores locais, além de muita música de qualidade.

Entrada gratuita.

O Art & Breja contou com patrocínio da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e apoio da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (ADERES), além, é claro e importante registrar, com autorização e apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.

Bom se repetisse, na Praça Jeronimo Monteiro, todos os fins de semana, essas apresentações: - Cultura, turismo, artesanato, música, negócios cachoeirenses e tudo o mais seriam seriamente afetados para o bem de nossa terra.

(Saudando todos os que compareceram e todos os que lá se apresentaram, peço licença para homenagear especialmente o grupo de Chorinho "Pó de Mico" e a artesã dos bons petiscos, Paulinha Garruth. E que todos expositores e frequentadores se sintam mui merecidamente homenageados, também).

E bem que a praça deveria estar bem mais cheia. Quem sabe isso acontece no próximo ART & BREJA?

 

 

 

 

 

 


Higner Mansur Advogado, guardião da cultura cachoeirense e, atamente, vereador

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