Por que não elegemos mulheres? - Jornal Fato
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Por que não elegemos mulheres?

Desde 1997 existe o sistema de cotas de gênero almejando chegar a 30% de representação feminina


- Foto Arquivo/Câmara dos Deputados

Após as eleições de 2020, o Institito Mulheres no Poder aplicou uma pesquisa entre as participantes do movimento e que eram candidatas. Os resultados confirmaram o que já suspeitavamos, mas nos deu mais elementos. Desde 1997 existe o sistema de cotas de gênero almejando chegar a 30% de representação feminina. Isso para a busca de uma sociedade mais justa e igualitária. Somos mais de 50% da população. A expectativa é ocupar 50% das cadeiras eletivas. Não precisamos ser representadas por homens.

Mas a realidade é que não passamos de 15% no Congresso Nacional e 10% no Estado do Espírito Santo.
Na pesquisa saíram resultados como:
* Não somos projetos partidários, nos convidam apenas para cumprir a cota;
* Não fazemos parte dos diretórios e comissões executivas;
* Não fazemos parte dos governos em cargos de fortalecimento político e de visibilidade;
* Somos enganadas quando nos convidam para candidatar. Oferecem sub empregos, recurso para campanhas e depois somem;
* Não tem regras claras de custeio de campanhas.

E por aí vai. São mais de 40 respostas. Todas elas cabem ações para que seja revertida a situação.

A questão real é: Quem quer mudar essa situação realmente?

A paridade na constituição dos diretórios é essencial para demonstrar a intenção do partido em ter a igualdade de gênero como prioridade. Propõe uma relação de respeito e para com o discurso raso de que as mulheres não gostam de política. Gostam sim. Mas a política ética é moral. É por isso que somos necessárias no processo de renovação política.

Solicitei ao meu partido, PSB a paridade em nossa Convenção Nacional em 2022. Militando nesta causa, co fundadora do IMP, não posso me furtar e aconselho a todas as mulheres a buscarem participar da vida política de partidos que tenham a paridade ou o compromisso de 50% de mulheres nos diretórios. Independente de convenções. Já é um ponto positivo. Levantei até agora 4 partidos que tem a paridade como princípio: PT, PSOL, PV e Rede.

Além da análise sobre o comprometimento em número, vem as questões de resoluções que garantem a divisão dos recursos, composições de governo e lutas que estão como prioridades para as mulheres.
Não podemos colocar nossos nomes a disposição para candidaturas, sem propor reais avanços para todas nós. Que venha 2022.


Redação FATO Equipe do Portal Grupo de Comunicação

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