MPF apura falta de estrutura para cirurgias de transição de gênero no ES - Jornal Fato
Saúde

MPF apura falta de estrutura para cirurgias de transição de gênero no ES

Inquérito civil foi instaurado a partir de uma denúncia de paciente do Hucam que está aguardando cirurgia para retirada das mamas


- Foto: Pixabay

A falta de estrutura adequada para a realização de procedimentos cirúrgicos referentes ao processo transexualizador no Espírito Santo será apurado pelo Ministério Público Federal (MPF), que instaurou um inquérito civil para apurar possível violação a direitos fundamentais por parte da União.

O inquérito foi instaurado a partir da denúncia de um paciente do ambulatório de Diversidade de Gênero do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam).

Segundo as informações, o procedimento cirúrgico de adenomastectomia masculinizadora (cirurgia de retirada das mamas) tem sido recorrentemente desmarcado pelo hospital, sob a alegação de falta de pessoal qualificado para a sua realização. A portaria que instaura o inquérito foi assinada pela procuradora da República Elisandra de Oliveira Olímpio.

O MPF deu prazo de 30 dias para o Ministério da Saúde apresentar relatório, com base na Portaria nº 2.803/2013, que redefine e amplia o Processo Transexualizador no Sistema Único de Saúde (SUS), com informações sobre os critérios para o enquadramento de um hospital como apto à realização do processo e sobre a possibilidade de o Hucam, ainda que não habilitado à realização de cirurgia de transexualização, executar procedimento cirúrgico de adenomastectomia masculinizadora.

A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) também foi oficiada pelo MPF e terá 30 dias para apresentar relatório com informações sobre a estrutura necessária (humana e material) para a implantação do serviço de cirurgia de transexualização no Hucam; o resultado dos esforços empreendidos na contactação de docentes para a execução do procedimento de adenomastectomia masculinizadora do paciente que está aguardando a cirurgia; quais foram os impedimentos encontrados com relação à permissão administrativa necessária para a realização da cirurgia; e se houve tentativa de credenciamento junto ao Ministério da Saúde para que o Hucam se habilitasse como Unidade de Atenção Especializada no Processo Transexualizador.

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