Deu ruim? Presidente do Podemos-ES desautoriza acordo em Cachoeiro - Jornal Fato
Política

Deu ruim? Presidente do Podemos-ES desautoriza acordo em Cachoeiro

O deputado Allan Ferreira ficou em situação desconfortável e vê ameaçada aliança sacramentada nesta sexta-feira (10) com Bruno Resende e Diego Libardi, que teria apoio do Podemos em candidatura a prefeito


Mal foi lançada a pré-candidatura de Diego Libardi (Republicanos) a prefeito de Cachoeiro, nesta sexta-feira (10), e o trio, composto também pelos deputados estaduais Allan Ferreira (Podemos) e Bruno Resende (União) já têm um pepino e tanto para descascar.

Em entrevista ao site ES360, o presidente estadual do Podemos, o deputado federal Gilson Daniel, basicamente, desautorizou a coisa toda.

Não parece disposto a admitir que o partido integre chapa encabeçada por um adversário do governador Renato Casagrande (PSB), a quem atribui a chefia do grupo político do qual sua sigla faz parte no Estado.

Disse textualmente: "estamos 100% alinhados com o governador e seus movimentos. Quem não estiver nessa linha, precisa corrigir", asseverou.

A postura de Gilson Daniel é um balde de água fria para Libardi e deixa em situação bastante desconfortável o deputado Allan Ferreira. Põe em risco uma articulação que correu solta por bem mais que um ano, mas que agora, na parte mais aguda, é reconduzida aos eixos da geo-política estadual.

Partindo de inequívoca movimentação de Casagrande, o freio de arrumação visa garantir que o grupo estadual não abra flancos a adversários, dentro do projeto que visa, também, as eleições gerais de 2026. Cachoeiro, hoje administrada por Victor Coelho (PSB), cidade-polo do sul do Espírito Santo tem grande importância nesse xadrez eleitoral. A pré-candidata preferida pelo prefeito é Lorena Vasques (PSB).

Após o revés, o deputado Allan pode decidir peitar os arranjos do governo estadual e ver no que vai dar. Ou fazer disso, mesmo com algum desgaste, a oportunidade de sair de uma articulação que foi longe demais, sem, para isso, quebrar sua palavra empenhada aos outros dois polos do trio.

Como, procurado pela reportagem do FATO, preferiu não dar declaração sobre o assunto no momento, será preciso aguardar seus próximos movimentos para saber como recebe o revés ou mesmo se terá habilidade para revertê-lo.  

De qualquer forma, há ainda a situação dos pré-candidatos a vereador. Alguns deles atraídos ao Podemos para ficar na oposição à atual gestão municipal, mas que agora se veem ameaçados de ter que caminhar lado a lado com ela. A alternativa é pedir o chapéu e abrir mão da chance de concorrer a uma vaga ou reeleição na Câmara.

Pelo que se lê na declaração de Gilson Daniel, a hipótese mais improvável é que de alguma forma prevaleça a articulação que põe o Podemos como força auxiliar ao Republicanos em Cachoeiro. "Movimentos com opositores ao governo não estão alinhados com os movimentos da Executiva Estadual do Podemos", adverte.

Ainda pelo que diz o presidente estadual da sigla, se quiser se manter com os aliados, Allan até pode, mas, para isso, teria ele de assumir a candidatura a Prefeitura. E contar com o apoio dos outros dois.

"Onde tivermos candidaturas próprias à prefeitura, pode ter disputa com partidos da base do governo do Estado. Fora disso, vamos trabalhar para alinhar. Vou conversar com Allan e os candidatos a vereador em Cachoeiro", anunciou.

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