Tiro no pé
O vereador Marcos Coelho (PMN) garante que teve as melhores intenções ao provocar a suspensão do início dos trabalhos da Comissão de Ã?tica e Decoro Parlamentar, que a Câmara aprovou na sessão da última segunda-feira.
Diz que quis evitar que, por conta de equívocos, qualquer decisão sobre as denúncias de corrupção contra o seu colega de partido, vereador Roberto Bastos (PMN), pudesse ser, depois, derrubada na Justiça. Entretanto, o que conseguiu, com a atitude, foi acertar tiro no próprio pé. O estampido voltou a despertar o Ministério Público, que saiu de cena após apresentar a série de acusações à Câmara e que agora cobra explicações sobre os motivos da suspensão inesperada do processo de julgamento político.
Além disso, após a votação de terça-feira, em que nove vereadores aprovaram a abertura da comissão, não há como estes parlamentares voltarem atrás. Mais ou menos dias, ela será instalada para julgar o parlamentar pelas graves denúncias que vão de retenção de parte dos vencimentos de funcionários à utilização deles em campanha eleitoral ou no seu consultório médico no momento em que deveriam prestar serviço à Câmara, que paga seus salários.
Fica evidente que na atitude de Marcos Coelho está embutida também a vontade de ajudar um correligionário, que corre o risco de ter o mandato cassado. Ele mesmo (Marcos) sofreu na pele as agruras de ser afastado, judicialmente, do cargo, no início da atual legislatura, em 2009, por suspeita de venda superfaturada de terreno à Prefeitura.
Coelho já fez mais por Roberto Bastos do que o próprio. Este, alvo das denúncias atuais, em nenhum momento tentou se defender delas na Câmara Municipal. Talvez não haja mesmo defesa possível.
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Sobe
Comitê
O chamado comitê suprapartidário deu um basta nos rodeios e a partir de hoje começa a discutir candidaturas a prefeito de Cachoeiro de Itapemirim.
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Desce
Selita
A Cooperativa de Laticínios Selita fala novamente em abandonar Cachoeiro de Itapemirim em busca de incentivos fiscais em outros estados.
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Aspas
"Foi uma decisão difícil, mas correta e moralista (cassar o mandato de Arlete Brito). E nem era tão grave assim, afinal, nem chegou a pegar o tíquete alimentação que exigiu da assessora"?.
Tenente Moulon
A seu modo, vereador defende a abertura de Comissão Processante contra Roberto Bastos, que, conforme denúncia, pegou, sim, parte dos vencimentos de servidores.
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Vias de FATO
Na Câmara, o clima de campanha já predomina. O vereador José Carlos Amaral (DEM) afirma que as propagandas de obras realizadas pela Prefeitura são enganosas e muitas só serão entregues no período eleitoral.
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Já o vereador Gildo Abreu (PT) defende o prefeito. Diz que Carlos Casteglione foi corajoso em colocar a população para escolher as obras a serem realizadas em suas comunidades e faz sem olhar o preço ou apelo político da construção.
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O vereador Tenente Moulon (PV) pediu a seus pares que apurem denúncias contra o vereador Roberto Bastos (PMN). Embora não muito firme quanto à punição, fez mais do que a maioria, que tem se calado sobre o assunto.
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Para alegria do Professor Léo (PT), autor da lei que proíbe som alto dentro dos ônibus, a Agersa vai realizar campanha de conscientização aos usuários.
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Até amanhã.
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Frase: O mais escandaloso nos escândalos é que nos habituamos a eles.
Simone de Beauvoir
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