Quando criança me lembro de fazer arte, mesmo sendo menina usava e abusava do meu jeitinho moleca para viver e gozar a vida, da maneira mais pura e também mais divertida que podia - Jornal Fato
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Quando criança me lembro de fazer arte, mesmo sendo menina usava e abusava do meu jeitinho moleca para viver e gozar a vida, da maneira mais pura e também mais divertida que podia


O envelhecimento é um processo natural pela qual todos passamos. Segundo as leis biológicas começamos a envelhecer desde o nosso nascimento. No entanto, consideramos a entrada desta fase ao atingirmos os sessenta anos.

As fases da vida são distintas: Infância que vai de zero aos doze anos; adolescência dos doze aos dezoito anos; fase adulta dos dezoito aos sessenta anos e daí pra frente a velhice, senilidade, senescência. Como existem pessoas que vivem além dos cem anos e os que chegam até os cento e vinte, podemos deduzir que aos sessenta estamos possivelmente na metade da vida.

Não existe o entendimento desse pressuposto, quem chega aos sessenta deduz que o declínio é a única alternativa que se viabiliza. Ledo engano. Depende da qualidade de vida que se usufruiu até então, da própria saúde e autonomia. Nesta semana foi divulgado o aniversário de cem anos de uma senhora "" esta dançou com todos os familiares e arrematou com um tango.  Também convivo com várias pessoas que, com menos de sessenta anos são totalmente frágeis e dependentes. Constatamos que idade cronológica é relativa.

Enquanto tivermos autonomia, independência, condições de mobilidade, comunicação e vitalidade, a idade não será contada pelos anos. Já para o idoso frágil a idade pesa. E as fragilidades podem ser físicas ou psíquicas. Quando estas se unem o idoso torna-se um ser totalmente dependente de terceiros. Se a fragilidade for apenas física e se a pessoa souber conviver com ela, pode se transformar num ser sábio, que melhora a sua vida e a de todos com seu exemplo.

O segredo de uma velhice saudável e tranquila é a resiliência "" capacidade do indivíduo lidar com os problemas. Muitas vezes não há doença física nem psíquica grave, mas o idoso não aceita sua condição. Idosos imaturos não convivem com pessoas de faixa etária semelhante, em geral quando chegam entre os cinquenta ou sessenta, o medo da velhice os faz tomar uma atitude drástica: abandonam a família e saem em busca de novos amores, que os permitam viverem a ilusão da eterna juventude.

A vida nos concede sessenta anos para entender o seu sentido, para dar cabeçadas, para errar e tentar corrigir os próprios erros. Após os sessenta pressupõe-se que se aprendeu a viver. A real maturidade se inicia nessa fase, com sabedoria, vivendo em paz e harmonia com todos e com o mundo.

Chegar à velhice com independência "" mesmo numa cadeira de rodas; com liberdade, cooperando para o bem estar do mundo e sendo cordial com todos, esta a meta que idealizamos.

Felicidade não é utopia, depende do bem estar físico e espiritual, em qualquer idade.

 

Marilene De Batista Depes, [email protected]

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