Bernardino Monteiro, Muito Especial - Jornal Fato
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Bernardino Monteiro, Muito Especial


Higner Mansur

Não tem muito tempo, um prefeito de Cachoeiro cismou de transformar um templo da educação e da cultura em um palácio político-administrativo. Não sei quais suas razões, supondo que as tivesse, mas não posso deixar de reconhecer que cada um, no poder, pode fazer o que quer dentro da lei e, dentro dela, faça o que entenda de melhor para cidade, ainda que não o seja.

O que eu me permito, desde aquela época, é duvidar e muito, de que a destinação burocrática fosse a melhor para a cidade. Não era, não é e não será. Claro que o meu leitor está entendendo o recado. Falo da Escola Bernardino Monteiro, o mais importante e bonito prédio histórico de Cachoeiro de Itapemirim que, de templo da cultura e da educação, transformou-se num golpe branco e à revelia do cidadão (mas com o silêncio dele) em palácio da burocracia e, vamos dizer logo e sem meias palavras, templo da ineficiência e do descomprometimento com aquilo que melhor temos (se tem dois imóveis, em Cachoeiro, que ainda estão de pé e foram construídos para serem bonitos e templos das boas causas, é o Bernardino Monteiro e a Loja Maçônica Fraternidade e Luz).

Pois bem, agora que mudará o governo municipal e as eleições se aproximam, estou lançando uma campanha sem dinheiro, só com convicções, para que o Bernardino Monteiro deixe de ser um palácio meramente burocrático e entre novamente nos eixos, voltando a ser um palácio "" palácio sim "" da educação, da cultura e da história de nossa cidade. Assim estaremos sendo justos com eles e conosco mesmo, principalmente os que passaram pelos bancos escolares do Bernardino e que sentem, até hoje, um honesto orgulho de ter passado por lá.

Por que então, ilustres frequentadores dos bancos escolares do Bernardino Monteiro, não haverão vocês de se levantarem em bloco em defesa dessa instituição centenário? (O centenário da inauguração do prédio será em 15 de fevereiro do ano que vem).

Por que então, nós que não freqüentamos aqueles bancos escolares históricos, mas, temos admiração por aquele templo, por aquela maravilhosa arquitetura, por que então nós não nos levantamos em favor daquele patrimônio cultural?

A eleição para prefeito vem aí e, desde já, com relação aos futuros candidatos a prefeito, estou constrangendo-os a se manifestarem, se forem contra a campanha; dando-lhes oportunidade, àqueles que são a favor, de anunciarem "" antes das eleições "" que pretendem dar ao Bernardino Monteiro a destinação histórica que lhe foi roubada, um dia, numa triste administração passada, que sequer chegou ao fim, mas deixou a mácula indelével no centro da cidade.

Que silêncio é esse que se abateu sobre a cidade?

Pequenas notas sobre a Escola Bernardino Monteiro

Maria Elvira Tavares Costa

Recolhi tempos atrás, nos livros do Professor Manoel Maciel, algumas informações sobre o Bernardino Monteiro, às quais acresci alguns comentários. Usava esses dados quando apresentava Cachoeiro aos estudantes que participavam do projeto da Jardineira, um ônibus adaptado que transitava com alunos nos pontos culturais e turísticos da cidade. Preparei uma apostila, com citações históricas sobre cada ponto de visitação, inclusive sobre o Grupo Escolar Bernardino Monteiro. Este material estará sempre à disposição se, algum dia, alguém de boa vontade quiser reativar o projeto, cuja finalidade era ensinar o amor e a história de nossa terra às novas gerações.

As notas que se seguem são uma colaboração inicial, com a pretensão de apoiar uma campanha de valorização da cidade entre a juventude.

Do que aprendi com o Professor Maciel e com os dados que fui juntando, acentuo:

1 - As obras do Grupo Escolar "Bernardino Monteiro"? foram iniciadas no governo (estadual) de Jerônimo de Souza Monteiro, entre 1908 e 1912;

2 - A inauguração do importante prédio ocorreu no dia 15 de fevereiro de 1913, no governo de Marcondes Alves de Souza (1912 "" 1916);

3 - Jerônimo Monteiro procedeu à reforma do Ensino Público, tornando obrigatórias as instruções primárias;

4 - O Bernardino Monteiro foi o segundo Grupo Escolar inaugurado no Estado - a arquitetura era padrão e, propositalmente, reproduzia um palacete, buscando a valorização da Educação. Os Grupos Escolares eram palácios do saber;

5 - Somente a partir de sua criação é que as mulheres de nossa região, principalmente as mais humildes, de fato, tiveram acesso à educação formal - fator decisivo para as grandes conquistas femininas alcançadas ao longo do século XX;

6 - O construtor do prédio foi Ã?lvaro Ramos, cachoeirense;

7 - Foi nominado em homenagem ao irmão do governador Jerônimo Monteiro;

8 - No "Bernardino"?, funcionava a Caixa Escolar " Deocleciano de Oliveira"?, que facilitava aos alunos a aquisição de material escolar;

9 - Dispunha o colégio da Biblioteca Infantil "Carolina Pickler"?;

10 - Mantinha o pequeno jornal "A Pátria"?, bem como, uma tropa de escoteiros;

11 - O colégio prestava aos seus alunos assistência social e tratamento dentário.

Foi, sem dúvida, um dos maiores estabelecimentos de ensino que já existiram no Espírito Santo. Muitas gerações de cachoeirenses receberam ali suas primeiras lições e construíram, a partir daí, suas carreiras acadêmicas, com maior ou menor vulto.

Os que ali estudaram se contam em muitos milhares e mantêm vivas e vinculadas ao Bernardino, suas memórias afetivas da infância, com gratidão e reverência. O prédio pertence, de fato, a cada um deles e a cada um dos habitantes de Cachoeiro que o sabem amar.

O Bernardino Monteiro é um templo histórico cuja missão à espera de resgate urgente, é a de promover o culto ao conhecimento e à cultura!

Bernardino, no Facebook

(Olha aí, pessoal do facebook, vamos ficar na saudade, nada fazendo para conservá-la com a volta do Bernardino à História, ao exemplo?)

Marilene De Batista Depes: Fui alfabetizada pela profª Maria Angélica. Um doce de pessoa... e Dona Virgínia era a profª de Ginástica e Dona Jacy, mãe do Zirão, imagino que ensinava literatura, pois aparecia na sala com uns livros de histórias coloridos que eu amava. A Diretora era dona Lucília.

Rita De Cassia Fragoso: também estudei no Bernardino, minha primeira professora foi profª Nely Valadão, Therezinha, Rozicler ( braaava) e profª Amélia Brandão..., saudades....

June Machado: Rita, a sua memória me deixa com inveja.

Fernando Ferreira Netto: Agradeço a Marilene pela lembrança de minha mãe D. Virgínia. Aproveito a oportunidade para relacionar outros ilustres funcionários e professoras do querido colégio. Seu Raul, Seu Tito, Seu João, D Maria Castanheira e a irmã do Elvécio e Nels...

Luciano Gonçalves: Pelo que me lembro, era D. Verônica que sentava a régua na gente. Uma vez ela virou pra mim disse "abra sua mão..."?. Até hoje está esperando.

Osvaldo Lofego: Vou visitar D. Marieta minha ex professora. Uma senhora doce.

Luciano Gonçalves: do lado do Bernardino tinha um local de patinação. Um dia eu estava sentado na mureta e conversava com o falecido Paulo Garrute. Nós em plena juventude e ele virou pra mim e disse: comprei um cobertor e estou torcendo pelo frio...o inverno pra poder estreiar o cobertor. .Nao sei se o tal inverno foi frio nem se ele usou o cobertor mas ficou gravado em minha memoria este momento da minha juventude em Cachoeiro. Tantas conversas simples mas de grande significado em nos mostrar hoje de como eramos felizes e não sabíamos.. Quanta saudade dos tempos das conversas onde um cobertor era assunto do dia e o cinema Central o maximo. E por falar no cinema Central quem tem foto e historias?

Marcia Frauches: quanta saudade mesmo...

Fernando Ferreira Netto: e eu esquecendo de Dona Joaquina, não tem perdão!!!

Luana Sobroza: Meu pai, Manuel Sobroza estudou no Bernardino Monteiro, e minha tia Maria Salomé de Freitas Costa (irmã de minha mãe), também.

Maria Alzira Neves Araujo: Gente, ainda bem que fui da época de alguns de vocês que têm lindas recordações, mas as professoras bravas, que jogavam apagador, davam reguadas, isto na minha época de professora não existia mais não...

Rita Séder Oliveira: Quanta saudade "G. E. Bernardino Monteiro"! Eu também, estudei ai, ensino de qualidade. Tempo da diretora D. Lourdes Moyses... Tudo tão desvalorizado atualmente... E pensar que reclamávamos do dia que éramos obrigados a passar pelo dentista na própria escola... Tem isso hoje, gente???

Vera Taddei Lyra: Ah! Bernardino Monteiro... Quantas maravilhosas recordações!

Graça Leal Sartorio: Eu tb!!!!. Cada janela, escada, tenho uma lembrança que parte meu coração. Quando sento no banco da praça fecho os olhos, lembro das árvores, dos lacerdinhas que teimava em entrar nos nossos olhos.

Pedro Garschagen Filho: Boas lembranças do Bernardino Monteiro, minha primeira professora foi Edith Farias de Mello, será que ainda esta por ai!!???

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