Sugestão ao Futuro Prefeito - Jornal Fato
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Sugestão ao Futuro Prefeito

As administrações municipais não têm dado a devida atenção a outras e a essa centenária empresa cachoeirense, no que se refere à sua aplicação nos locais públicos e conservação de suas histórias


- Ilustração: Zé Ricardo

Nesta Conexão Mansur está "um pouquinho da história e trajetória dos 97 anos da Fábrica Ladrilhos Grafanassi" que neste 01 de setembro completou 97 anos de fundação e de produção ininterrupta. Está assinada por um dos atuais proprietários da empresa, o amigo Alexandre Grafanassi.

As administrações municipais cachoeirenses, atuais, não têm dado a devida atenção a outras e a essa quase centenária empresa e produto cachoeirense, no que se refere à sua aplicação nos locais públicos e conservação de suas histórias. Basta ver na Ponte Municipal próxima ao antigo Colégio das Irmãs e, fundamentalmente, no lixo e quebradeira em que se transformaram os ladrilhos da principal praça da cidade - a Praça Jerônimo Monteiro.

Vai lá ver!

A sugestão que dou ao futuro prefeito é que ele comece a planejar, desde agora, pois só faltam 3 anos para o centenário da fábrica (e o futuro prefeito ainda será prefeito), projeto para a aplicação dos ladrilhos centenários, dessa indústria quase centenária, em Praças e demais logradouros e imóveis culturais importantes e públicos de Cachoeiro.

Nada melhor do que homenagear os mais velhos e importantes, que se fixam na cidade, que se transformam em cachoeirenses, tudo independente de quaisquer circunstâncias.

É a minha sugestão atual ao futuro prefeito: - respeitar, de forma prática, a história da cidade e de seus investidores, ao mesmo tempo em que se tem nítida e clara visão do futuro (vira até point turístico).

 

Ladrilhos Grafanassi - 97 anos

Alexandre Grafanassi

 

 

"Um pouquinho da história e trajetória dos 97 anos da Fábrica! Tudo começou há 97 anos, quando Manoel Grafanassi veio para o Brasil fugindo da 1ª Guerra Mundial. Buscando ampliar seus horizontes e escrever seu próprio destino, veio em busca do desconhecido e enfrentou dias e mais dias de viagem a navio, até pisar em território brasileiro. Vida nova e muitos desafios aos 21 anos. Desembarcou primeiro em São Paulo, onde aprendeu com a família de alemães Simonsen a arte de fabricar ladrilhos. Começava aí a história da Fábrica de Ladrilhos Grafanassi

Depois de anos trabalhando, Manoel decidiu iniciar seu próprio negócio e seguiu rumo ao Espírito Santo. No caminho, ainda dentro do ônibus, um senhor falou para ele sobre Cachoeiro de Itapemirim e suas potencialidades. Uma cidade ainda em nascimento, sendo um ambiente propício para as novidades e investimentos. E foi assim que tudo começou...

Em setembro de 1927 era fundada em Cachoeiro a "Casa Grafanassi", a 1ª Fábrica de Ladrilhos do Estado.

No início, como todo novo empreendimento, Manoel foi ensinando como fabricar ladrilhos e recrutando funcionários. Com o tempo o produto foi ganhando espaço e conquistando o mercado. Anos depois seu filho Constantino Grafanassi assumiu a liderança e hoje na terceira geração da família, Alexandre e Sabrina são quem mantém viva a tradição de fabricar ladrilhos.

Até 1995, já com nome Ladrilhos Grafanassi, a fábrica funcionava na rua Eugênio Amorim, no coração do bairro Guandu. Com o crescimento da cidade, precisou sair do centro e hoje funciona no Bairro Coramara.

Um dos fatores mais interessantes é conhecer seu processo de produção e saber que a mesma técnica artesanal do século passado é mantida ainda até hoje".

(Este texto, copiei-o, ligeiramente adaptado, da página da cachoeirense LADRILHOS GRAFANASSI, e está assinada pelo jovem proprietário da empresa, o Alexandre Grafanassi).

 

Rubem Braga, Cachoeiro e Florença

 

 

E NÃO É QUE O VELHO BRAGA ESTAVA FALANDO SÉRIO.

Disse Rubem que Florença (Itália) parece com Cachoeiro (Brasil).

Na Revista nacional QUATRO RODAS, de junho de 1967, quando Cachoeiro completava 100 anos, ele, Rubem, conta na pág. 52 da revista:

- "Uma vez mostrei uma foto aérea de Cachoeiro ao escultor Ceschiatti e perguntei que cidade era aquela, ele respondeu sem hesitar:

- Firenze!

Sim, de certa altura Cachoeiro parece com Florença, embora seja indiscutível que o (rio) Itapemirim com suas pedras e suas ilhas cheias de ingazeiros tenha mais graça que o (rio) Arno, o gran fiume d'Arno, como dizia Dante.

Vista mais de perto a cidade (Cachoeiro), para falar com franqueza, é um pouco mais pobre em obras de arte... mas que era Florença quando tinha 100 anos? "

(A foto de Florença é do advogado cachoeirense Robson Louzada Teixeira e a pintura é Florença no tempo de Maquiavel, ao redor de 1500, autor não identificado).


Higner Mansur Advogado, guardião da cultura cachoeirense e, atamente, vereador

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