É sonhar em demasia? - Jornal Fato
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É sonhar em demasia?

Ando tendo ideias para alavancar Cachoeiro na parte cultural


Ando tendo ideias para alavancar Cachoeiro na parte cultural (cultura é história, turismo, arte, artesanato, dança e uma porção de coisas que mexem com o coração da gente). Ando pensando na Praça Jerônimo Monteiro. Sonho ver nossa praça central focada na História, já que boa parte dos imóveis ali inseridos mantém parte das características originais e já não podem sofrer transformações pelas mãos do homem. Não se pode fazer intervenções pesadas nas construções da praça. Falo também dos históricos prédios da Câmara, Prefeitura, Correios e EDP (antiga ESCELSA) e até Caçadores, pouco acima.

Do outro lado da Praça, sonho recuperar a parte frontal dos lindos e antigos sobrados, os quais não podem ser mexidos na sua estrutura, vez que seria ofender o Código Florestal (não se constrói mais à beira do rio).

Então acabou? Claro que não. Aí entram sonhos e ideias. Eles cresceram muito quando fui abençoado na tarde de 11 de fevereiro de 2021, com a chegada de centenas de fotografias do Prefeito Gilson Carone. Tal qual fizera a família Manhães, que há algum tempo, me passou igual montante de fotos qualificadas do tempo de Hélio Prefeito. (Falaria de outras coleções, mas falo aqui somente das dos prefeitos, os dois cujas famílias confiaram essa riqueza a mim).

E porque meus sonhos expostos lá em cima cresceram quanto chegaram fotos de Gilson? Explico: - Encontrei belíssima foto que entremostra exatamente a proposta para os imóveis particulares da Praça - todos mostrando a visão frontal, sem nada, ou quase, a lhes invadir a beleza.

Mas não nos esqueçamos do jardim do outro lado, cheio de verde e coisas da cultura, do folclore, da dança, das artes, dos artesanatos, das crianças brincando, de nós tomando café e põe etc. nisso. Minha proposta, a ser casada com outras em redor da praça, seria fazer voltar ao passado, tanto quanto possível, à parte frontal dos sobrados, de forma a reviver a praça do passado, mas com olho no presente - história é cultura e é renda também, se bem aproveitada.

Minha sugestão é que o poder público sente com proprietários dos imóveis que dão fundo para o Rio Itapemirim e frente para a Praça, para que as frentes dos prédios voltassem ao que eram antigamente, com mínimo de propaganda a enfeitar. Coisa aproximadamente como as da foto de Gilson Carone, ano 1983, e as demais. Sairiam os "modernismos" e o centro da cidade recuperaria a história e viveria econômica e culturalmente dela. Claro que, pra isso, a Prefeitura também entraria com parte do dinheiro para fazer recuperar as imagens dos prédios antigos, ainda existentes, voltando ao que eram, desnudadas dos penduricalhos modernos (Afinal, ela, prefeitura, também se beneficiaria). Essa seria a vantagem dos proprietários, além - é claro - dos benefícios que teriam com o crescimento do movimento de cidadania, de comércio e de apresentação da cultura e história local, no amplo calçadão frente ao Bernardino Monteiro e abaixo do prédio da Câmara. (Depois, se der certo, que tal avançar para os prédios da Rua Capitão Deslandes de 25 de março?).

O futuro não floresce sem integração do passado com o presente. É sonhar em demasia trazer a beleza dos tempos antigos registrados nas fachadas dos belos imóveis centrais?

(Nesta página: fotos da Praça Jerônimo Monteiro; fotógrafos diversos, inclusive a de Gilson Carone (1983) e outras antigas e novas - quando possível, identificadas e datadas).

 

  

 

 

 

   


Higner Mansur Advogado, guardião da cultura cachoeirense e, atamente, vereador

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