Golpistas usam nome de igreja para anunciar rifa falsa em aplicativo de mensagens - Jornal Fato
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Golpistas usam nome de igreja para anunciar rifa falsa em aplicativo de mensagens

No anúncio fake, o valor arrecado com a rifa seria destinado a uma suposta reforma na Igreja Matriz da cidade


- Prints: Diocese de Cachoeiro

O pároco da Paróquia Santo Antônio de Pádua, Pe. Paulo Finkler, SJ registrou um boletim de ocorrência na terça-feira, 10 de setembro, na delegacia de Iconha, após um golpista criar um perfil em um aplicativo de mensagens, com o nome do padre, para anunciar uma rifa.

"Um perfil de whatsapp, identificado pelo nome 'Deus é Conosco', está se passando pelo pároco Pe. Paulo Finkler e oferecendo uma rifa falsa em beneficio a reforma da Igreja Matriz divulgada a todos os seus contatos. Também foi pedido como forma de pagamento um pix", consta na descrição do boletim de ocorrências.

No anúncio fake, o valor arrecado com a rifa seria destinado a uma suposta reforma na Igreja Matriz da cidade. Cada bilhete estava sendo vendido a R$ 20 e os prêmios variavam em quantias de dinheiro, além de um Iphone 13 Pro Max. De acordo com a Pastoral da Comunicação (Pascom), os fiéis começaram a suspeitar que poderia ser um golpe e alertaram sobre o ocorrido.

"As pessoas mandaram mensagem preocupadas, com prints porque nós não temos nenhum tipo desse de sorteio de rifas. Tudo o que fazemos aqui é comunicado ao povo na missa ou pelas redes sociais", explica.

Segundo a Pascom, o grupo tinha como alvo vereadores, candidatos a Prefeitura e Câmara Municipal. Padre Paulo Finkler revelou que ficou preocupado com a situação. "As pessoas de boa fé estão sendo usadas por esse tipo de pessoa", disse.

As paróquias Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Piúma e Nossa Senhora da Penha, em Alegre, também receberam denúncias de que golpistas estão se passando por padres e vendendo rifas falsas por aplicativo de mensagens.

Segundo o advogado criminalista, Thiago Canholato, esse tipo de golpe vem ocorrendo com constância, o chamado "Golpe do Pix", quando o indivíduo se passa por outra pessoa, com informações colhidas em redes sociais e outras para alcançar o resultado, que é receber um valor.

"A cada dia, os golpes vem ocorrendo de diversas formas, porém é importante ficar atentos para identificar uma tentativa de estelionato envolvendo Pix".

O advogado ainda orienta para que as pessoas não caiam nesse tipo de golpe.

"Solicitações de Informações Pessoais, sempre é bom desconfiar de mensagens ou ligações que pedem dados sensíveis, documentos, dados pessoais, como senhas ou códigos de segurança. Instituições financeiras legítimas geralmente não solicitam essas informações por meios não seguros.

Links Suspeitos: Evite clicar em links que você não esperava receber ou que pareçam suspeitos. Verifique se a URL é realmente da instituição com a qual você tem relacionamento.

Esse outro é um ponto fundamental: pressão para Ação Rápida, os golpistas frequentemente criam um senso de urgência para que você tome uma decisão rápida. Se alguém está pressionando você a fazer uma transferência imediata, desconfie.

Ofertas Irresistíveis: Se a proposta parecer boa demais para ser verdade, é um sinal de alerta.

Erros de Ortografia e Gramática: Mensagens com erros de linguagem ou aparência não profissional podem ser um sinal de fraude," explica.

O advogado ainda faz um alerta para quem pratica este tipo de crime.

"Quem realiza essas praticas digitais, como o estelionato, pode ser responsabilizado penalmente e civilmente, conforme a legislação brasileira: O mais corriqueiro é o crime de Estelionato (Art. 171 do Código Penal), que trás como conduta enganar alguém para obter vantagem ilícita, tal como, falsidade Ideológica (Art. 299 do Código Penal), visto o golpista utiliza informações falsas para enganar a vítima, como no presente caso do pároco. Dependente do golpe, pode o sujeito ser tipificado no tipo penal de Invasão de Dispositivo Informático (Lei 12.737/2012, conhecida como Lei Carolina Dieckmann), nos casos em que o golpista acessa informações sem autorização, pode responder por invasão de dispositivos e entre outros a depender da conduta realizada.

Esses crimes podem levar a penas significativas, incluindo prisão, dependendo da gravidade e da extensão do dano causado," alerta.

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