Capixaba Day McCarthy é condenada à prisão por racismo contra filha de atores
A decisão judicial foi celebrada pelo casal Gagliasso e Ewbank, que usaram suas redes sociais para expressar alívio e satisfação com o desfecho do caso e a importância não só para sua filha, mas para a comunidade negra
A polêmica socialite Daiana Lopes, mais conhecida no mundo virtual como Day McCarthy, foi condenada a 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado por crime de racismo. A capixaba de Presidente Kennedy-ES, que atualmente reside nos Estados Unidos, ganhou notoriedade nas redes sociais por suas atitudes preconceituosas. O caso que levou à condenação aconteceu em novembro de 2017, quando Daiana proferiu ofensas raciais contra Titi, filha do casal de atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, que tinha apenas quatro anos na época.
A condenação, inédita por ser a primeira vez que a Justiça brasileira determina regime fechado exclusivamente por racismo, foi determinada pela Primeira Vara Criminal da Justiça Federal do Rio de Janeiro. Daiana, que mora fora do Brasil, poderá ter sua extradição solicitada pelas autoridades brasileiras, caso a sentença seja mantida. Apesar disso, ainda há possibilidade de recurso e sua defesa já informou que vai recorrer da decisão por achar a pena exagerada.
A decisão judicial foi celebrada pelo casal Gagliasso e Ewbank, que usaram suas redes sociais para expressar alívio e satisfação com o desfecho do caso. Em uma longa declaração, eles ressaltaram a importância da decisão não só para sua filha, mas para a comunidade negra como um todo.
"Hoje celebramos uma vitória contra o racismo. Sabemos que essa vitória se deve, em parte, à nossa visibilidade e aos privilégios que temos, mas ela é uma conquista coletiva. Quando nossa filha foi alvo desse crime, ela não tinha a menor compreensão do que era o racismo, como tantas outras crianças negras. A condenação dessa mulher que, na internet, encontrou um espaço para disseminar ódio, é um marco histórico", escreveram os atores.
O casal também elogiou a atuação da Procuradoria da República do Rio de Janeiro e da advogada Juliana Souza Oris, responsável pelo caso. "Essa é uma vitória de todos que lutam contra o racismo. Seguiremos vigilantes e confiantes na justiça", concluíram.
O caso gerou grande repercussão e a condenação é vista como um avanço importante no combate ao racismo no Brasil. O país, que ainda luta contra profundas desigualdades raciais, agora dá um passo significativo na responsabilização de crimes de ódio.
