Medicina traz onda de otimismo para Cachoeiro - Jornal Fato
Emancipação

Medicina traz onda de otimismo para Cachoeiro

Funcionamento de aguardado curso gera expectativa de benefícios às finanças e à cultura de município


Foto: Divulgação

Aguardado durante anos, o início do funcionamento do curso de Medicina - que atraiu estudantes oriundos de outros Estados - trouxe a perspectiva de Cachoeiro de Itapemirim se transformar definitivamente em uma cidade universitária. Isto, claro, com a possibilidade no futuro da inauguração de mais cursos com alta capacidade de atração.  

Considerando aspectos econômicos e, sobretudo, o intercâmbio cultural e de ideias proporcionado pela circulação de pessoas de fora com grau de instrução elevado, já há observadores apontando que se trata do principal acontecimento deste início de século na região.

O município que ainda ostenta o título de polo de beneficiamento de rochas ornamentais da América Latina sofre com o esvaziamento econômico há décadas. Impactado pela crise nacional, o saldo negativo de vagas de trabalho formal aumenta a cada ano. Segundo dados do Ministério do Trabalho (CAGED), mais de sete mil postos de emprego foram fechados desde 2014.   

Fazer de Cachoeiro uma cidade universitária é o objetivo da Multivix, conforme expôs o diretor-executivo da instituição de ensino, Tadeu Penina. Diversos grupos educacionais já operam no município, provocando há tempos a circulação de estudantes de 3º grau provenientes de cidades vizinhas e até mesmo das regiões da Grande Vitória e do Norte Fluminense.

Além dos mais antigos - FDCI, FACCACI e Centro Universitário São Camilo -, há, entre outras, a citada Multivix, FACI, como também polos de ensino a distância (UNIP, Unopar, por exemplo) e ainda o campus de uma instituição federal (Ifes) especializada na oferta de educação profissional e tecnológica, com cursos técnicos e até mesmo de nível superior (Engenharia Mecânica, Engenharia de Minas, Sistemas de Informação, Licenciatura em Matemática, Licenciatura em Informática).          

Com isso, atualmente os estudantes têm acesso em Cachoeiro a uma variada gama de cursos, englobando diversas áreas do conhecimento.  E o funcionamento da graduação em Medicina pode contribuir para a abertura de ainda mais cursos, avalia o economista Yuri Sabino.

"Em torno do ensino da Medicina, há toda uma cadeia de produção, que induz um conjunto enorme de especialidades. A parte de pesquisa, congressos temáticos etc., atrai recursos para cidade", enumera Sabino.

O economista cita alguns dos principais benefícios trazidos pelo desenvolvimento do setor educacional de nível superior. "Há fomento cultural e econômico, favorecendo o mercado imobiliário, de alimentação e entretenimento, por exemplo. E o meio ambiente também ganha, pois é uma atividade que não polui".  

De acordo com dados da Multivix, 60% dos alunos do curso de Medicina vêm de fora - há gente, inclusive, do Rio de Janeiro e São Paulo.    

Os reflexos já são sentidos no setor imobiliário, com o aumento da procura de estudantes por imóveis. E bairros nobres - como o Gilberto Machado e o Independência - têm sido os mais requisitados no momento. 

 

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