A praça é do povo - Jornal Fato
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A praça é do povo


Amo de paixão a ocupação dos espaços públicos por seus verdadeiros donos, o povo.  Então, aliado à minha paixão já declarada pela luzes, cores, alegria e encontros que o Natal proporciona, é justo ressaltar o quanto a Praça Jerônimo Monteiro está linda, com seu chafariz revitalizado e em pleno funcionamento.

 

Já ouvi e li relatos de várias gerações de cachoeirenses sobre o encantamento que os encontros neste local proporcionavam, dos casamentos que surgiram de namoros iniciados ali, após as missas de domingo. E parecia que esse tempo de encontros, reencontros, alegria e confraternização tinha ficado definitivamente no passado.

 

Seriam apenas belas lembranças na mente e corações de cachoeirenses espalhados país afora, que viveram o auge econômico, cultural e político da Atenas Capixaba. Mas de repente este precioso espaço público volta a ser ponto central de encontro e socialização, onde se chega a pé, de carro, de ônibus, sozinhos ou em grupos, sempre animados e barulhentos.

 

A Praça Jerônimo Monteiro tornou-se, por esses dias, endereço de festa. Espaço privilegiado, mas frequentado por poucos durante a noite, passou a espaço de lazer e ponto turístico que tem recebido centenas de pessoas.

 

Exagero e bairrismo de uma brasiliense de alma cachoeirense? Talvez. Certamente todos nós já vimos decoração de Natal mais exuberante em outros estados e países. Mas o que trato aqui é do encontro das famílias e do sentimento de pertença por um espaço que é de todos nós.

 

Quem não pode viajar ou fazer grandes compras não é impedido de desfrutar das luzes, do presépio e da decoração que ocupa toda a praça. Muito para quem tem passado os últimos anos com decoração bastante modesta (não quero desmerecer os esforços de nenhuma administração). Pelo menos para mim, não era atrativa o suficiente para me levar a querer sentar num jumentinho e fazer fotos.

 

Era uma prática comum na infância das minhas filhas, que repeti com muita alegria essa semana. Boas lembranças de tempos muito especiais, que não voltam mais. E se o tempo não retrocede, a magia pode ser retomada a partir de investimentos simples, mas de grande alcance para quem busca se alegrar num ano que começou difícil, com enchente e saques diversos, que nos levaram a duvidar da integridade do ser humano.

 

Se começamos 2017 com muita luta e tristeza, estamos fechando com chave de ouro, do meu ponto de vista. Pelo menos para mim essas luzes e cores do Natal são um alento para esse ano que parece chegar ao fim muito melhor do que foi iniciado. O que pode parecer insignificante para muitos, para mim é sinal de renovação e ressignificação de um importante espaço que novamente é do povo.

 

Da minha parte, muita gratidão a Deus num ano extremamente difícil, de perdas irreparáveis, e da tomada de decisão mais difícil da minha vida. Mas enquanto há vida, há esperança.

 

E se posso fazer um pedido ao Prefeito Victor Coelho, é esse: que esse espaço seja ocupado durante todo o ano, com atividades que novamente promovam alegria e integração. Que o cachoeirense tenha motivos para viver intensamente, sem medo de ser feliz. Feliz Natal.


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