Bolsonaro e o coro dos nacionalistas x globalistas - Jornal Fato
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Bolsonaro e o coro dos nacionalistas x globalistas

Em português claro, o Brasil  vem sendo tratado pelos órgãos internacionais como: "a casa da mãe joana"


Como vocês sabem sou Analista em Relações Internacionais por formação.
Embora o meu dia a dia acadêmico esteja um pouco enferrujado, tenho meus fundamentos teóricos pra pautar minha opinião, mas apresento minha análise sobre como Bolsonaro tem conduzido a politica externa brasileira.
Sinto muito orgulho - muito orgulho mesmo - em ter sido colega de classe do professor Helvécio Júnior que se tornou acadêmico de RI e é uma das vozes da sensatez em nosso estado quando o assunto é Relações Internacionais. NÃO SÓ colega de classe, mas Helvécio sempre foi um dos meus melhores amigos universitários.
Acabo de ler no jornal A GAZETA a análise de Helvécio sobre o discurso de Bolsonaro na ONU defendendo o ponto de vista que também concordo.
Um erro muito comum cometido pelos leigos ao analisar a política externa brasileira é o de pautar o que o governo faz no âmbito das Relações Internacionais apenas sob a ótica da política doméstica. Ou seja: colocam no mesmo bolo, pt, lava jato,  relação do governo com congresso, queimadas na Amazônia, intrigas com a imprensa, filhos, isso e aquilo. Não é isso, ou, simplesmente isso.
Existe um plano de fundo muito mais complexo na colcha de retalhos que é o sistema internacional.
As últimas duas décadas e meia - a partir da queda do muro de Berlim - foi um periodo marcado por um intenso e constante processo de globalização, que em suma, tratou-se de renúncias de soberania de muitas nações em prol de uma vivência universal, afrouxamento de rigores nacionais em prol de convivências continentais...o ápice desse processo fora o nascimento da União Européia onde países abdicaram de suas moedas, compartilharam suas economias, abriram suas fronteiras e unificaram propósitos de gestão de problemas e realizaram planejamento de futuro em comum. 
As últimas décadas foram dos blocos econômicos,  do livre comércio e do irrestrito trânsito entre as nações.
Esse processo foi benéfico para muitos, mas também trouxe estragos. Ao passo que a Europa abriu sua economia, também sofreu uma verdadeira invasão cultural, os países mais ricos da comunidade européia sofreram os desgastes e foram afetados pelas crises econômicas de más gestões como na Grécia e Itália e por fim, percebeu-se que "se globalizar" trás benefícios e ao final cobra uma conta cara de se pagar.
A primeira a perceber e tomar uma atitude contra ao erro que foi se abraçar e acariciar com tanta lascívia a globalização foi a Inglaterra. Está tentando a todo custo se livrar do compromisso assumido. Já inaugurou o "Brexit" (processo de saída) mas está difícil se desvencilhar das teias da "nova era".
A grande potência ocidental, os Estados Unidos, elegeu Trump, e isso não foi por acaso. Uma nação inteira percebeu que na guerra comercial os EUA caminhavam a passos largos para se tornarem coadjuvantes perante a China, que cresceu em números galopantes e se comportaram como verdadeiros protagonistas na geopolítica internacional. 
Os norte americanos perceberam - tarde, mas ainda a tempo - que seria dificil continuar competindo com um sistema híbrido capitalista/comunista tocado pela China, que controla os meios de produção ao mesmo tempo que abrem seu país para negociar ferozmente com o mundo.
Está em curso nos Estados Unidos e em boa parte dos países afetados negativamente pelos efeitos colaterais da globalização (e do globalismo, assunto para outra pauta) um processo de valorização nacional com fortalecimento dos símbolos nacionais e defesa da cultura nacional.
No processo de globalização a ONU se fortaleceu muito. E deixou seu papel de mediadora de conflitos e guardiã dos acordos multilaterais para querem arbitrar em políticas domésticas dos países. Para o leigo é - talvez- difícil entender que a ONU, não é e nunca foi um órgão SUPRA NACIONAL. Mas é isso que a ONU tenta ser o tempo inteiro. O ONU que nasceu para equilibrar as forças, dar voz as pequenas nações e pacificar as grandes nações, quer - por vezes - emplacar o domínio do mundo, num jogo perigoso e arbitrário. 
Por fim, Jair Bolsonaro entra no jogo da high politics dizendo para o mundo: "nós somos o Brasil, um país soberano, importante ator no sistema internacional, que defende seu povo, sabe onde quer chegar e não permitirá intervenção de terceiros em nossa politica interna, em nossas premissas fundamentaisbde soberania e auto suficiência."
Como você acha que fica a visão do mundo em relação a um país que financiou ditaduras como Venezuela, Cuba, e países africanos? Tomando calotes internacionais e avalisando processos de fortalecimento de nações não prósperas?
Como você acha que fica a visão do mundo de um país que não possui regras claras e rígidas sobre como fazer negócios em nosso país? 
Como justificar a defesa nacional abrindo fronteiras pra quem quer chegar sem controles sistemáticos e orquestrados com os interesses nacionais?
Em português claro, o Brasil  vem sendo tratado pelos órgãos internacionais como: "a casa da mãe joana."
Um grande desafio para a política externa brasileira é se posicionar protecionista na medida em que não afaste investimentos mas ao mesmo tempo mostre para o mundo ordem e progresso - verdadeiramente.
Questão sobre floresta amazônica, a causa indigenista, não podem estar subjugadas como moeda de troca no arcabouço mercadológico de nossa nação com o resto do mundo. Pra você entender como isso é sério, a França tentou - de verdade - utilizar essas questões para prejudicar o Brasil e obter vantagens no cenário internacional.
O Brasil tem a maior biodiversidade do mundo, uma das maiores riquezas minerais do planeta, os maiores aquíferos terrestre e um território invejável cobiçado por qualquer povo do mundo. Defender os interesses nacionais frente o avanço do globalismo é dever de qualquer estadista que governe um país tão grande de proporções continentais como o nosso.
Portanto, a politica externa brasileira atual se apresenta como totalmente adequada ao tempo em que vivemos e as necessidades de nossa nação.


Bruno Ramos Empreendendor Analista de Relações Internacionais graduado pela Universidade Vila Velha - UVV

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