Símbolos - Jornal Fato
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Símbolos


O ser humano necessita de símbolos. Seja para facilitar a memorização de fatos, histórias, conhecimentos, bem como para as lembranças de suas emoções; seja para facilitar a comunicação ou linguagem; facilitar o entrosamento social; identificar grupos, comunidades, países, religiões e movimentos de artes. Os símbolos marcam um tempo, uma cultura, uma vida. Somos assim, criadores de símbolos, desde o início dos tempos, desde os tempos que habitávamos as cavernas. Das pinturas rupestres das paredes das cavernas, passamos a observar o Universo, a abóboda celeste com suas estrelas, sol, lua... Criamos símbolos místicos e histórias fantasiosas. Algo para o entretenimento na vida terrestre e os acompanhamentos após a morte. Criamos os números, a palavra escrita, o registro em livros. Produzimos bibliotecas, produzimos seres humanos imortais nos registros de histórias e na modificação da realidade da vida. Uma criação da mente humana. Estamos prestes a ser modificado por outra forma de inteligência: a inteligência artificial.

No séc. IV da era cristã, no Império Romano, Constantino assume o cristianismo como a religião oficial do vasto Império. Até então, o símbolo cristão constituía-se do formato do peixe (era marcado o traçado alto e os que se identificavam formavam o restante da figura). Helena, mãe do Imperador Constantino, depois Santa Helena, viaja à Terra Santa, Jerusalém, entra em contato com o Santo Sepulcro, conhece toda a história do sacrifício de Jesus Cristo e toma a cruz como o símbolo cristão. Durante as Cruzadas, em 1095, movimento de cristãos Europeus contra os infiéis muçulmanos da Terra Santa, pelos caminhos demarcados pelos Romanos, a cruz se fez presente nas vestimentas dos cavaleiros e peregrinos. Uma cruz de cor vermelha em fundo branco. Na Idade Média, várias foram as formas de cruz: Tau, Cruz Celta, Templários, de Malta, Hospitalários, Ordem de Cristo, e o formato mais conhecido dos cristãos atuais, que carregamos e veneramos dia a dia.

Um quadro, estátua, monumento, montanha, pedra, objeto ou tatuagem impregnado em nossos corpos: atrai, seduz, fortalece e nos une. Gosto da beira da praia de Itapoã, em Vila Velha; gosto da Ilha das Caieiras no bairro São Pedro, em Vitória; do Santuário de Santo Antônio, no bairro onde nasci, na nossa capital. São lugares que simbolizam minha infância, marcou um tempo de vida. Novos lugares, novos símbolos a serem conhecidos, são desejados. Logo, o desejo maior é retornar para Cachoeiro, admirar a Pedra do Itabira, Frade e a Freira e o Rio Itapemirim. Sentir o calor das amizades. O conforto, e segurança, de palavras soam mais forte que objetos, por maior significado que possam ter. Acho que o som de palavras, e o toque amigo, podem simbolizar bem mais que imagens. Podem simbolizar a diferença em nossas vidas. No fundo, o que conta de fato, é o amor que adquirimos por aquilo que nos rodeia. O amor nos faz cuidar, mesmo daquilo que não nos pertence. Com isso aprendemos a dividir. Ao dividir, a felicidade pertence a todos nós.

 

Sergio Damião Santana Moraes

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Sergio Damião Médico e cronista

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