Em entrevista o ator Tony Ramos, considerado um homem muito elegante, declarou que elegância não tem nada a ver com roupas caras, joias, carros do ano, e sim, é uma qualidade inerente à alma.

Uma pessoa elegante respeita e acata a escolha do outro, não tenta manipular ou sugestionar quem pensa diferente, é incapaz de usar palavras que causem constrangimento. A elegância é igualitária - ricos, pobres, jovens, idosos, brancos, pretos, cultos, incultos, a pessoa elegante convive com todos com a mesma deferência, é incapaz de ser grosseiro com o porteiro do prédio, o garçom ou o gerente do banco. Inclusive trata com maior respeito as pessoas mais simples e em condições de subordinação.

A pessoa elegante é essencialmente democrática, incapaz de apoiar governos autoritários, universaliza direitos e se compraz em oportunizar condições humanas para todos, a solidariedade prevalecendo sobre o egoísmo.

A pessoa elegante respeita não só os seres humanos, como toda forma de vida, animais e meio ambiente.

É incapaz de atirar lixo nas ruas, como não deixa sujeira por onde passa.

A pessoa elegante fala com educação, não esbraveja e não aumenta o tom de voz para defender seus argumentos. Sabe se calar, ouvir e não contesta o interlocutor. E evita fazer críticas, se não tem elogios prefere se calar.

Percebe-se que vivemos num tempo em que a elegância rareia, principalmente nas redes sociais.

Vemos gente se digladiando com palavras e ofensas gratuitas, exageros na divulgação da imagem, falta de empatia com os irmãos que não possuem recursos idênticos para promoverem festas riquíssimas, mesas fartas e viagens paradisíacas. A necessidade de causar admiração e inveja se sobrepões ao cuidado com a própria segurança. O mundo das redes sociais assombra a quem possui um pouco de discernimento.

E Tony Ramos está certo, elegância não está nas roupas e sim na alma.