Por Pâmela Gualandi

 

É noite e o céu está iluminado, há tantas estrelas que mal daria para contar, se quisesse.

Na estrada, aqui embaixo, ela olha para o céu e avista um avião. De longe ele parece pequeno, mas a lembrança que vem em sua mente é maior do que o tamanho real dele.

Ele, grande, forte e alçando altos voos em frente. Já ela? Ah, ela olha para ele e as lágrimas escorrem nos seus olhos, como uma cachoeira a inundar sua alma, e pensa:

- Quero ser como ele. Ele voa alto, já eu, quem sou eu? Ele nunca vai querer saber de mim!

Ainda que se sinta pequena, ela busca naquele avião a força para seguir em frente e não se acomodar nunca. O vento entra pela janela, bate no seu rosto e invade seu ser, a inebriando de coragem necessária para continuar seu caminho, mesmo que seus pensamentos a façam refletir que ele voa alto e ela está ali embaixo. Uma distância, mas algo em comum, um destino final.

E foi essa experiência que eu pude experimentar, no dia 28 de abril de 2019, ao vir do município de Itapemirim para Cachoeiro, dentro do ônibus, após ter ido fazer o concurso público do local. Uma força, uma coragem e uma gratidão me invadiram e mal cabiam em mim.

Olhar para aquele avião foi, para mim, ver que não podemos abrir mão de nossos sonhos, de não sonhar alto e tentar alcançar o céu, pois não há obstáculos que nos impeçam de seguir em frente. Afinal, todo esforço de vencer vale a pena.

Obrigada, avião, por me ensinar a voar.