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Nada como um dia após o outro

Recebi o convite para retornar, fiquei indecisa por conta da injustiça que sofrera. E o Promotor de Justiça, Dr. Lucas La Rocca, me informa que precisam de mim no Conselho da Mulher


- Foto: Reprodução/Instagram

Meu pai gostava de usar frases feitas para justificar ou amenizar situações difíceis, inexplicáveis ou injustas. Quando eu reclamava que fora alvo de alguma injustiça ele sempre pedia paciência, porque com o tempo tudo se ajustaria. Vamos aos fatos.

Após anos trabalhando na área social, na Igreja e Prefeitura, fiz opção por duas vertentes que mais me mobilizaram: a questão que envolve os direitos da pessoa idosa e da mulher que sofre violência. A partir daí decidi contribuir voluntariamente nos Conselhos de Direitos da Pessoa Idosa e da Mulher. Em pouco tempo de atuação eu já presidia os dois Conselhos, um por eleição e o outro por indicação devido ao afastamento da presidente, e posteriormente também eleita.

Quando convidada a participar de algum trabalho eu sempre me indago se tenho capacidade de contribuir positivamente, sou consciente dos meus espaços de luta. E injustamente perdi meu cargo de presidente do Conselho da Mulher. Me mantive no Conselho, e para que nele as organizações em defesa da mulher tivessem espaço garantido, renunciei da entidade que representava e me coloquei à disposição da União Cachoeirense de Mulheres.

Daí aconteceu o inusitado, numa eleição de Cachoeirense Ausente me comprometi com um candidato que fora indicado por amigos, uma pessoa com um currículo invejável, cidadão do bem, porém suas convicções políticas não se afinavam com as ideias de algumas lideranças ligadas à entidade que eu representava no Conselho. Como a outra candidata era mulher, tentaram me convencer que eu teria que votar nela. Discordei. O Conselho e as entidades feministas lutam contra as violações dos direitos das mulheres, portanto são independentes numa questão que envolve festa e tradições da cidade. Conclusão, fui proibida de votar, fui desrespeitada de um direito democrático de escolha livre, me retirei da entidade, tive que me retirar do Conselho por não ter mais representatividade. Fui defenestrada!

E agora recebi o convite para retornar, fiquei indecisa por conta da injustiça que sofrera. E o Promotor de Justiça, Dr. Lucas La Rocca, me informa que precisam de mim no Conselho da Mulher. Estou voltando. Nada como um dia após o outro!


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