Frida Kahlo - Jornal Fato
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Frida Kahlo

Uma artista que divulgou a cultura mexicana através da sua maneira de ser, seus trajes e sua arte.


- Foto: Reprodução/Web

Uma das mulheres mais impressionantes do século XX. Uma artista que divulgou a cultura mexicana através da sua maneira de ser, seus trajes e sua arte. A responsável por difundir sua obra, assim como a do marido Diego Rivera, foi Dolores Olvedo, uma colecionadora de arte. Frida se reinventava em busca de um novo sentido para a vida. O amor pelo também artista e mexicano Diego Rivera era imenso, avassalador e doentio. Sobre seus trajes, dizia que era um modo de vestir-se para ir ao paraíso e preparar-se para a morte. Estava à frente do seu tempo na sexualidade. Seu quadro mais famoso, As Duas Fridas. Sua primeira exposição individual foi em 1938, em Nova York, e sua última na cidade do México, em 1953 (na ocasião, muito debilitada, sua cama e seu corpo foram colocados no centro da Galeria). Devido a complicações ortopédicas, amputa a perna direita, falece aos 47 anos, em 13 de julho de 1954. Suspeita de suicídio. Diego escreve: À menina Frida Kahlo, a maravilhosa. Há dois anos que dorme em cinzas, viva em meu coração.

Em uma das minhas crônicas (Mulheres), do livro Cachoeiro e outras Capitais, falo da minha admiração por Frida e outras mulheres apaixonantes na história da humanidade. Frida é a história que mais me sensibiliza. Admirável Mundo Médico (A arte na história da medicina) foi o meu primeiro contato com essa artista mexicana. O médico Natalense, Professor de Anatomia na Universidade de Brasília, Armando Bezerra, viaja por vários museus do mundo e no seu passeio registra as pinturas relacionadas à medicina e as seleciona para livros editados pelo Conselho Regional do Distrito Federal. Desde então, Frida se destaca em meu imaginário: esposa do muralista Diego Rivera, certa época foi acusada da morte do revolucionário russo Leon Trotski, algo comandado pelos stalinistas russos. Sua obra foi marcada pelo precário estado de saúde. Aos seis anos, poliomielite. Aos 18 anos, acidente automobilístico e fraturas de vértebras. O acidente frustrou seu desejo de maternidade. Suas pinturas não perderam a suavidade, apesar da dor física e dependência do leito. E assim conheci Frida. Fiquei encantado com a força da sua história. Seu sofrimento físico, a incapacidade para a maternidade, o amor conflituoso e incondicional ao Diego... Tudo isso (a dor física imensa) sem a perda da sensibilidade (o amor pela vida em seus vários instantes). As Duas Fridas é o seu quadro mais famoso; mas o mais marcante é a Cama Voadora - expõe todas as suas angústias e paixões.

Anos atrás, assisti ao monólogo Frida Kahlo a Deusa Tehuana, produzido pela Cia Espaço Cênico, apresentado pela dramaturga Rose Germano. A encenação, conforme descrito pelo Espaço Cênico, expressa uma profunda reflexão do mundo, do homem e de suas transformações e contradições nos tempos que seguem. Sobre isso, Frida escreveu: O que eu faria sem o absurdo e o fugaz?. Rubem Alves acrescentou: Os artistas são feiticeiros que tentam paralisar o crepúsculo. Eternizar o efêmero. Todas as vezes que ouço a música, leio aquele poema ou vejo a pintura, o passado ressuscita. Nas palavras do Rubem, foi o que senti ao visitar, em São Paulo, no último fim de semana, no pátio do shopping Eldorado, a exposição imersiva de Frida.


Sergio Damião Médico e cronista

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