Com o Hospital começa a vereda... - Jornal Fato
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Com o Hospital começa a vereda...

O Hospital Evangélico de Cachoeiro deu início, em solenidade, ao processo licitatório visando ao início da construção do Hospital do Câncer.


Enquanto o presidente Lula acerta o Comando do Exército, para pacificá-lo, o Hospital Evangélico de Cachoeiro deu início, em solenidade, ao processo licitatório visando ao início da construção do Hospital do Câncer.  Ou seja, deu o ponta pé inicial para contratar a empresa a fim de principiar a obra.  É velha aspiração do Sul do estado e uma obra de extrema importância.  É também, não posso fugir dessa realidade, uma obra fantástica para carrear votos. Político cheira longe tal perspectiva.

Por exemplo. Basta dizer que o médico radiologista Bruno Rezende, que teve o hospital como seu grande porta estandarte na eleição para deputado estadual, não perdeu tempo e quer repetir a mesma estratégia para segurar sua candidatura para prefeito de Cachoeiro. Começou cedo sua campanha, mas a tática é correta.  O Hospital do Câncer, se sair, vai ficar como obra que teve seu dedo. Sobretudo porque trabalhou muito tempo como radiologista no Hospital.  Depois de inaugurada, seja quando for, poderá tirar uma casquina.  Todo voto ao radiologista é multiplicador, atinge a família toda.

Não adianta resmungos, fofocas, intrigas, o que importa é o que fica no subconsciente do eleitor. De que vale dizer que Eurico Rezende ajudou Ferraço a executar a Beira Rio, liberando recursos? De que importa descrever que Gilson Caroni complementou a Beira Rio.  A Beira Rio é de Ferraço. Errado ou certo, o deputado Bruno começa seu mandato como um profissional.

Claro   que tudo em política se dá um jeito.  Mas tem muito político de olho. O novel deputado precisa curtir o pelo. O que vem porrada por aí não tá no gibi. O prefeito Victor vai entrar de sola para fazer o seu sucessor. Aliás, está com todo o gás. Ferraço, além de deputado, tem o filho, Ricardo capinando para ser o sucessor de Renato Casagrande. Sem se esquecer dos herdeiros de Bolsonaro, como é o caso do vereador Juninho, representante da extrema direita.

É óbvio que o jogo começa a ser jogado. As cotoveladas começam, suavemente, a ser aplicadas. É muito sintomática a reclamação de Ferraço logo após a eleição. Disse que a votação que recebeu em Cachoeiro não condiz com o trabalho que aqui desenvolveu. Ele tem Norma Ayub sentada no banco, sem mandato, mas de olho no futuro. Ao apoiarem Casagrande ao governo do estado, eles lavaram um pouco o ranço da extrema direita arraigada nos seus lombos.  O trabalho de Ricardo Ferraço haverá de ajudá-los nessa empreitada. De há muito Ricardo ambiciona o governo do estado.  Seu trabalho agora é costurar essa rede de apoio.

Em verdade, olhando com rigor, será um clássico, onde o mais bobo dá nó em raio e esconde as pontas. Poder-se-ia dizer que é cedo para elaborar esse raciocínio, mas, pessoalmente, considero o momento crucial para traçar os caminhos a serem perseguidos. Para tirar dúvida é só perguntar por que o governador não veio aqui, mandando Ricardo representá-lo? Fugiu do vespeiro.


Wilson Marcio Depes Advogado Escritor e jornalista

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