Casamento no Brasil: ontem e hoje - Jornal Fato
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Casamento no Brasil: ontem e hoje

Sera que mudou algo?


- Foto: Reprodução/Web

Uma preciosidade de nosso folclore: Folia de Reis. Dizem que Herodes mandou que seus espiões se fingissem de palhaços, a fim de matar o Menino Jesus. Esses espiões, que também eram seres humanos, não tiveram coragem de cumprir as ordens recebidas. Chegando a Belém, encontraram, na manjedoura, uma Criança que irradiava só ternura e bondade. E os palhaços desistiram da empreitada. Ajoelhoram, rezaram e se arrependeram. Para não serem mortos pelo todo-poderoso Herodes, em face da desobediência, resolveram acompanhar os três Reis Magos, Gaspar, Belchior e Baltazar. 

Acreditam os religiosos que os três Reis Magos chegaram a Jerusalém para visitar o Menino Jesus no dia 6 de janeiro. Após a visita, eles partiram. A tradição recomenda que, a partir dessa data, sejam desmontados os presépios e as Árvores de Natal, porque se encerram as comemorações natalinas, que se estendem de 24 de dezembro a 6 de janeiro. Estão compreendidos neste período, portanto, o Natal, o Ano Novo e o Dia de Reis.

Eu seria capaz de jurar que a Matriz da Consolação estava vazia naquele 6 de janeiro de 1962. Mas as fotos desmentiram depois: tinha gente à beça. Já no altar, enquanto aguardava minha prenda, parece que ouvi, lá longe, num som quase imperceptível, o chacoalhar do pandeiro e o som do tambor: "bum... bum... bum... bum..., fazendo lembrar a Folia de Reis. Frei Antolin Rodrigues, com sua túnica habitual, toda preta, na presença de testemunhas e por ordem de Deus, fez o preâmbulo. Agora, todo mundo ajoelha, levanta... Ajoelha, levanta... Livrão aberto, já no lugar certo... O padre lê uma porção de coisa que a gente não entende... Não me lembro de uma só palavra do sermão que o padre fez. Depois, com voz suave: "Promete..." E eu: "Prometo!" "Promete..." E ela: "Prometo!". E não é que essa promessa, feita, ali, há 61 anos, diante do Frei Antolin, das testemunhas e de Deus, está valendo até hoje!... Somos um só na saúde e na doença; na alegria e na tristeza; nos dias de glória e nos momentos de fracasso; nos instantes de prazer e nas horas de infortúnio... E nós dois viramos três, quatro, cinco... Teve início a multiplicação.  Como Deus tem sido generoso com a gente!

Hoje, tudo é diferente. Existe o "Pacto Antenupcial", que é um contrato celebrado pelos noivos antes do casamento. Nesse documento, vários critérios são estabelecidos, como, por exemplo: questões domésticas, de cunho religioso, educação dos filhos... Pode constar do contrato uma cláusula que implique numa indenização pelo fim do casamento ou traições. Esse "Pacto" deve ser feito em cartório, por escritura pública. Detalhe importante: se, por qualquer motivo, o casamento não acontecer, o pacto é nulo. Excepcionalmente, o contrato entre os noivos pode ir para a Justiça para ter validade.

Como se percebe, facilmente, muita diferença existe entre o casamento de ontem e o de hoje!


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