Câncer: alerta para riscos do sol - Jornal Fato
Saúde

Câncer: alerta para riscos do sol

Muitas pessoas ainda insistem em se expor ao sol sem proteção adequada e que o resultado dessa imprudência é observado em longo prazo



Muitas pessoas ainda insistem em se expor ao sol sem proteção adequada e que o resultado dessa imprudência é observado em longo prazo

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) faz um alerta sobre os riscos da exposição ao sol nas estações mais quentes do ano. Nesse período, aumenta a incidência da radiação ultravioleta, que é responsável pela maior parte dos casos de câncer de pele.

A dermatologista Telma Lúcia Macedo ressalta que muitas pessoas ainda insistem em se expor ao sol sem proteção adequada e que o resultado dessa imprudência é observado em longo prazo, geralmente quando o indivíduo está com mais de 40 anos.

 "Entre as pessoas de pele mais clara, como a população pomerana do interior do Estado, a doença pode surgir até mais cedo, na faixa dos 20 anos. Isso porque muitos trabalham na roça e se expõem ao sol sem proteção desde muito cedo", comenta a médica, que afirma ter ocorrido um avanço na conscientização desse grupo nos últimos anos.

A população de pele mais escura também não está livre da doença, apesar de a chance de desenvolver tumores de pele ser 15% menor entre essas pessoas. "Os riscos nunca podem ser ignorados, portanto, essas pessoas também precisam se proteger, pois elas estão expostas a outros fatores de risco, além da exposição ao sol, como tabagismo, contato com produtos químicos como arsênico e agrotóxicos e cicatrizes de queimaduras", orienta.

 

Incidência

Entre os tumores malignos, o câncer de pele é o que mais prevalece na população brasileira. Segundo o Ministério da Saúde, 4.750 novos casos da doença devem ser registrados no Espírito Santo no próximo ano. Desse total, 2,52% são do tipo melanoma, o mais agressivo, e 97,47% são do tipo não melanoma (carcinoma espinocelular e carcinoma basocelular), que é menos letal. Ambos, no entanto, têm como principal fator de risco a exposição crônica ao sol.

 De acordo com a dermatologista Telma Lúcia Macedo, tanto o melanoma quanto o não melanoma têm um componente familiar, ou seja, a pessoa nasce com uma predisposição para desenvolver a doença, e as chances de a enfermidade aparecer aumentam de acordo com a intensidade da exposição aos fatores de risco.

 Segundo a especialista, quanto ao carcinoma basocelular pode-se dizer que não dá metástase, ou seja, a doença não invade outros órgãos, mas agride a pele em sua extensão, provocando deformidades que desfavorecem a estética. Já no carcinoma espinocelular acontece dependendo da gravidade do câncer.

 Com relação ao melanoma, a médica diz que na maioria dos casos a doença mata em até cinco anos. Mas se for detectada precocemente, consegue-se a cura, assim como acontece em qualquer outro tipo de câncer.

 

Proteção

A proteção da pele é importante não só para quem se expõe ao sol em momentos de lazer, como ir à praia ou praticar atividade física ao ar livre, mas também para pessoas que estão trabalhando, como pescadores, agricultores, garis, profissionais da construção civil e outros profissionais que passam muito tempo debaixo do sol.

"Nessas situações, é importante passar protetor solar ou usar roupas que cubram bem o corpo, além de chapéus e bonés", indica a dermatologista, ressaltando que pessoas carecas devem proteger a cabeça.

A dermatologista Telma Lúcia Macedo aconselha que as pessoas façam o autoexame da pele e busquem orientação de um especialista caso verifiquem algo suspeito no corpo, como pintas escuras na cabeça, no caso de carecas; uma pinta diferente que aparece na pele ou que já estava presente, mas mudou de cor, forma ou tamanho; feridas que não cicatrizam; manchas que coçam, descamam ou sangram.

"Além de sondar as áreas que ficam mais expostas ao sol, como rosto, braços e costas, é muito importante verificar partes mais escondidas nas pernas, nos braços e até mesmo a planta dos pés e entre os dedos", orienta a médica.

 

Proteja-se contra o câncer de pele

- Evite exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h;

- Use sempre proteção adequada, como chapéu, barraca e protetor solar;

- Se for inevitável a exposição ao sol durante a jornada de trabalho, use chapéu de aba larga, camisa de manga longa e calça comprida.

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