A revelação de Noel - Jornal Fato
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A revelação de Noel


Estamos nos aproximando de uma das datas que considero das mais lindas: o Natal. Nele, tudo fica mais colorido, alegre, as pessoas mais sorridentes, simpáticas, receptivas, enfim há uma energia positiva que emana entre nós.

 

E hoje, ao me dirigir para o trabalho, lembrei de como foi a verdadeira história do Papai Noel para mim. Minha mãe não poupou esforços para que eu acreditasse na existência dele.  Porém, numa noite, véspera de natal, morávamos no bairro Amarelo quando ela já exausta da lida, não teve mais forças para fazer o papel de Papai Noel.

 

Meio encabulada, mais firme me chamou e disse: "Filha pegue esse dinheiro que mamãe juntou e vai até a rua comprar seu presente de Natal". Ora, eu tinha nove anos de idade, e não hesitei em obedecer ao pedido da minha mãe. Mas confesso, gostaria muito que o bom velhinho existisse. Não meramente para trazer presentes materiais, mas para fazer alguns milagres que toda santa noite pedia nas minhas orações.

 

Naquele dia, tive a certeza de que Papai Noel era na verdade as poucas reservas da minha mãe. Com aquele pequeno valor em mãos, apanhei o ônibus e fui até à Casa Natal, uma loja muito tradicional da cidade, comprar meu presente.  O que me surpreende é que não tenho a recordação de que tenha ficado encantada com a boneca mais cara da loja. Mas me apaixonei por um joguinho de bule com xícaras branco com detalhes dourados.  Comprei o meu presente e ainda o da irmã e fui embora muito feliz.

 

Nossas vésperas de Natal não eram muito agradáveis, pois nestas ocasiões, o vício do meu pai sempre nos fazia sofrer ao invés de ser uma data alegre como nas famílias, que graças a Deus não sofrem deste mal. Mas quando o efeito da bebida passava ele era o melhor Papai Noel do mundo. Porque trazia no peito, o mais nobre dos sentimentos: o amor... Assim Papai Noel se revelou na minha vida. E como foi bom que tenha sido desta maneira. Realista, mas com muito amor.

 


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