Raros estabelecimentos exigem o passaporte vacinal em Cachoeiro - Jornal Fato
Saúde

Raros estabelecimentos exigem o passaporte vacinal em Cachoeiro

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo (Sesa), a responsabilidade sobre a fiscalização do passaporte vacinal é do município


- Foto: Divulgação

O passaporte vacinal tem passado em branco em muitos estabelecimentos comerciais capixabas. A medida - cujo principal objetivo é induzir a vacinação contra a covid-19 - tem sido ignorada. Em Cachoeiro de Itapemirim, por exemplo, difícil é encontrar algum local que exija o documento que comprove a vacinação em dia.


E, mesmo 20 dias após o início da obrigatoriedade, ainda não há nenhum balanço sobre fiscalização da Prefeitura. Bem diferente, por exemplo, de quando passou a vigorar a exigência para o uso de máscaras, com dados quase diários das ações, ou do disk aglomeração.


Há comerciantes que tentam se adequar. Porém, na maioria, o acesso é liberado sem verificação. Os que tentam fazer valer a medida restritiva, esbarram na falta de orientação.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde do Espírito Santo (Sesa), a responsabilidade sobre a fiscalização do passaporte vacinal é do município.


Marcelo Casaquevite, mais conhecido como "Capilé", proprietário de um bar temático, localizado no bairro Monte Cristo, comenta sobre a falta de instrução para o controle. "No meu bar, só vendo para pessoas que apresentam o passaporte de vacina e que tenham pelo menos tomado a segunda dose, porém nada impede de chegar um grupo de amigos, um comprar a bebida para os outros que estão na mesa. Não dá para controlar tudo". Ele também relata, que em nenhum momento recebeu instruções Semus em como realizar, de maneira sucinta, a verificação do documento. Segundo ele, também não houve, ainda, nenhuma fiscalização preventiva em seu estabelecimento.

 


O passaporte também deveria ser exigido nos eventos, inclusive os esportivos. E, com o começo do campeonato estadual de futebol, os estádios têm ficado lotados. No último dia 7, aconteceu no estádio do Sumaré, uma partida pelo Capixabão entre o Estrela Futebol Clube e a equipe do Serra. A casa ficou cheia.
No evento, segundo o Vice-presidente do Estrela, Carlos Madella, a capacidade de público foi reduzida pela metade, álcool gel foi disponibilizado e foi também exigido o uso de máscaras. Sobre o passaporte vacinal, Madella informou que a cobrança foi feita nas roletas por funcionários da Federação de Futebol do Estado do Espírito Santo (FES). Porém, um torcedor que estava presente, relatou que em nenhum momento foi solicitado o documento a ele.

 

 

 A Secretaria Municipal de Saúde, por meio do secretário Alex Wingler, disse que a fiscalização do passaporte de vacina, assim como de qualquer outra medida relativa à prevenção do contágio da Covid-19, é feita por vários fiscais. Não só da Semus, mas de todas as outras secretarias que possuem esses profissionais. "De acordo com o que foi proposto no Serviço de Comando Operacional (SCO), foi feito um grupo de fiscais que atuam em turnos e através de denúncias", comentou. Wingler disse ainda que sempre que é feito um decreto, pelo Governo do Estado, com novas orientações, é realizada a divulgação da informação, a notificação dos estabelecimentos e a criação do decreto municipal.


Apesar do desuso, pela falta de cobrança, a Prefeitura criou um aplicativo para que o cidadão possa comprovar sua situação vacinal de maneira rápida e prática: o Passaporte Covid-19 Cachoeiro.
O município, atualmente, está em risco moderado para a transmissão da doença, ainda busca por 5 mil idosos que não tomaram a dose de reforço, e tem baixa adesão na vacinação infantil. Já se aproxima de 700 mortos pela doença, desde o início da pandemia.

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