Assembleia nesta sexta define rumos da Santa Casa - Jornal Fato
Saúde

Assembleia nesta sexta define rumos da Santa Casa


Redação

 

Os médicos do corpo clínico da Santa Casa anunciaram para esta sexta-feira, às 15 horas, assembleia para discutir os rumos do hospital que enfrenta graves dificuldades financeiras.

 

Alguns especialistas defendem até a não renovação do contrato, que termina na próxima segunda (dia 31) com o governo do estado para atendimento ao Sistema Único de Saúde (SUS).

 

O evento, promovido pelo corpo clínico da instituição, terá presença de representantes do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), Conselho Regional de Medicina (CRM), Associação dos Médicos do Espírito Santo (Ames), Sindicato dos Médicos do Espírito Santo (Simes) e também da direção da Santa Casa.

 

Segundo os médicos, o hospital acumula dívida de R$ 35 milhões, que aumenta R$ 600 mil a cada mês. O objetivo do encontro é discutir soluções para o impasse e também abrir mais um diálogo com o Governo para que o problema seja resolvido.

 

A categoria entende que o problema é causado por cortes no valor repassado para a Santa Casa e pela falta de regularidade no pagamento dos serviços prestados, problema que vem se arrastando desde 2014.

 

Desde esse período o orçamento está defasado e congelado, o que é incompatível com o mercado atual. Tal fato tem prejudicado diretamente à população de Cachoeiro e de outros 26 municípios do Sul do Estado.

 

Os médicos também alegam que a situação financeira se agrava pelo pagamento de juros das dívidas que vem se acumulando, valores esses que não são cobertos pelo repasse do Governo do Estado e que tem levado a falta de medicamentos e materiais.

 

Um dos principais problemas enfrentados pela instituição atinge o setor de hemodiálise, já que os equipamentos necessários para a realização do serviço estão sucateados, na avaliação dos profissionais.

 

O problema também se repete na maternidade, com o número elevado de partos, o que, segundo os médicos, gera prejuízo para a Santa Casa e acentua a crise financeira enfrentada pela instituição.

 

A direção da Santa Casa informou que reconhece que o movimento dos médicos é legitimo e importante para unir forças em busca de uma solução definitiva, já que é feito para melhorar o atendimento da população do Sul do Estado.

 

A direção destaca que mesmo neste período os atendimentos de convênios e particulares prestados pelo hospital seguem normalizados.

 

Sesa garante que não houve cortes

 

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informa que não houve corte no orçamento da Saúde. O orçamento da pasta cresceu em R$ 450 milhões porque a preocupação do Estado é manter os serviços essenciais da Saúde. Os convênios são firmados entre a Sesa e o Hospital e estão sendo feitos com base na série histórica de produção de cada Hospital.

A Sesa informa que os repasses estão em dia e são feitos mediante o envio da nota fiscal. Também ressalta que o Espírito Santo é o terceiro estado que mais investe em Saúde com recursos próprios.

Grande parte dos recursos é utilizado para complementar a tabela SUS, que é insuficiente. A Sesa afirma ainda que está em processo de reorganização das contas e é preciso austeridade. Afirma também que é necessário observar o comportamento da economia para aumentar o investimento e poder honrá-lo.

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