Antes, a deprimente cena do boneco - representando o craque brasileiro Vini Jr. - enforcado sob uma ponte de Madrid, na Espanha, em janeiro... Agora, a treta com torcedores adversários comparando-o com macaco em recente partida.

Nada disso parece sensibilizar o senador bolsonarista Magno Malta, que em infeliz discurso ontem polemizou atacando a imprensa, que na sua visão torpe estaria "revimitizando" o jogador (leia aqui: https://jornalfato.com.br/politica/video-i-magno-malta-diz-ser-necessario-defender-o-macaco-sobre-caso-vini-jr,429254.jhtml).

Mas Malta esquece que racismo, assim como ameaça, é crime. E, como tal, deve ser combatido, punido, denunciado.  

Presidente da União Cachoeirense de Negros (Uninegros), José Carlos Gualberto avalia que o caso é de responsabilidade do Ministério Público Federal.

 

"Quando um representante do povo expressa seu ódio racial da forma que fez esse senador, a própria Procuradoria Geral da República precisa representar contra ele".

Pois, para o ativista local, "Magno é representante da 'supremacia branca'. Apesar de Baiano, representa tudo de asqueroso que pode haver num homem público".

Gualberto acredita que "isso só acontece porque ele tem apoio aqui fora". Segundo o presidente da Uninegros, existe uma parte da sociedade que vai viver eternamente querendo o negro como escravo social, "como uma segunda categoria, sempre".

Na opinião do ativista da causa negra, a punição precisa ser severa e célere. "Como a direita tem maioria no Congresso, ele não será punido por seus pares. A Justiça precisa agir com urgência", pondera.

Gualberto concorda que a ascensão meteórica de Vini Jr. incomoda os racistas. "Aliás, nenhum negro pode ter visibilidade. Na visão deles, tem de estar sempre no anonimato".

E conclui, fazendo uma comparação com os astros brancos Lionel Messi e Cristiano Ronaldo: "Vini Jr. é hoje o ator principal do futebol mundial, isso dói nos racistas. Enquanto estavam Messi e Cristiano Ronaldo, ninguém os hostilizava. Eles iam lá, enfiavam goleada nesses times e ainda saiam aplaudidos".