O juiz de Presidente Kennedy, Marcelo Jones de Souza Noto, foi afastado pelo Tribunal de Justiça (TJES) nesta sexta-feira (30) e vai responder a Processo Administrativo Disciplinar (PAD).

O corregedor-geral da Justiça, desembargador Samuel Meira Brasil Junior, diz que um forte esquema de favorecimento montado pelo juiz está entre os 18 pontos apontados pela Corregedoria do TJES, em apuração preliminar.

De acordo com o corregedor, houve um "procedimento ilegal para levantamento indevido de vultosas quantias em favor de empresas" patrocinadas por advogados específicos. Estes processos eram movidos contra o município de Presidente Kennedy.

Uma das pessoas que fazem parte do esquema é, ainda segundo o corregedor, é Geovana Quinta Costa Longa, sobrinha do ex-prefeito da cidade Reginaldo Quinta.

"O valor total liberado pelo magistrado e levantado por simples alvarás, somente por um dos advogados, alcança o montante de R$ 2.674.671,34."

A defesa alega que os juízes envolvidos no esquema negam as acusações, seja na má conduta profissional ou pessoal. 

A abertura do PAD foi à unanimidade, o afastamento, não. Para a corregedoria, as provas apontam que a condução do processo pelo magistrado foi suspeita. Outro resultado da apuração preliminar foi "conduta social inapropriada".

"Há relatos de que o juiz faz uso excessivo de bebida alcoólica em locais públicos, passando por situações constrangedoras que são testemunhadas pela população de Kennedy", afirma.

O corregedor, seguido pela maioria, entendeu que as suspeitas encontradas vão além das questões de saúde e conduta social.