Banco dos Namorados - Jornal Fato
Artigos

Banco dos Namorados

oito horas da noite, desço pelo elevador da Câmara, circundo o prédio e me encaminho para os lados do conhecido(?)


Todas as terças, sete ou oito horas da noite, desço pelo elevador da Câmara, circundo o prédio e me encaminho para os lados do conhecido(?) "banco dos namorados". Nos dois anos e meio em que faço o trajeto, poucos vezes vi o banco vazio. Quando ocupado, não me lembro de tê-lo visto ocupado por mais de um casal. Casal sempre jovem, sempre bonito, sempre alegre, sempre rindo e se acariciando noutras tantas.

Com o tempo, venci meu jeitão de não me intrometer na vida dos outros; ao menos ali, no banco dos namorados. Vencido meu jeitão, agradando-me o que via, dou uma paradinha e na paradinha chamo a atenção do casal e digo:

"- Posso perturbar, um pouco, vocês?".

Nunca recebi um "não". Incentivado, pergunto ao casal: - "Vocês sabiam que esse banco, no qual vocês estão sentados, se chama "banco dos namorados", e isso há muito tempo?" A quase unanimidade dos jovens casais não sabe. Logo explico: - "Esse banco em que vocês estão está sempre ocupado por casais de namorados. Falando melhor, casal de namorados, vez que nunca vi mais de um casal ao mesmo tempo".

Esta crônica nunca seria escrita (vez que crônica não se escreve por conta de coisas obvias). As respostas, todas agradáveis, não tiveram a força da resposta que recebi do casal, na última terça-feira. Melhor, resposta da mocinha dizendo nos olhos do rapazinho. Após a costumeira pergunta, veio a costumeira resposta deles: - não sabiam que estavam no "banco dos namorados". Mas quando falei que aquele banco, há uns 60 ou 70 anos, era chamado de banco dos namorados, a mocinha, com olhos e rosto brilhando, virou-se para o namorado e disse:

- "Então nós estamos no lugar certo!". Mais não disse, nem lhe foi perguntado. Segurei meu embornal de papéis e livros, desci degraus da escada, cheguei à praça e tomei o rumo de casa - para escrever esta crônica.

O episódio foi tão bom pra mim que resolvi recuperar a origem do "banco dos namorados". Ainda não consegui, e espero ajuda. No meu face, recebi respostas outras e respostas que se aproximam do que quero. A amiga Vanilda Fernandes escreveu - "Namorei muito ali. Ali troquei juras e juras de amor. Ali fizemos muitos planos, sonhamos juntos, alguns realizamos, outros não. Ficou uma lembrança boa...".

Outro amigo, o Gilson Figueiredo Diniz, postou, do alto de seus quase 83 anos de idade: - "Eu, há mais de 60 anos sentei ali com algumas namoradinhas e, naquela época, ali já era conhecido como "banco dos namorados". Deve ser um dos poucos lugares que ainda existe com suas características iniciais. É muita saudade!". 

Enquanto espero a noite da próxima terça, paro por aqui, na expectativa e esperança de que alguém me mande mais detalhes históricos e amorosos do "banco dos namorados".

 

A Praça - Carlos Imperial (o mesmo banco)

Hoje eu acordei com saudades de você

Beijei aquela foto que você me ofertou

Sentei naquele banco da pracinha só porque

Foi lá que começou o nosso amor

Senti que os passarinhos todos me reconheceram

E eles entenderam toda a minha solidão

Ficaram tão tristonhos e até emudeceram

E então eu fiz esta canção

A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim

Tudo é igual, mas estou triste, porque não tenho você perto de mim

Beijei aquela arvore tão linda onde eu,

Com o meu canivete um coração desenhei

Escrevi no coração o meu nome junto ao seu

Ser seu grande amor então jurei

O guarda ainda é o mesmo que um dia me pegou

Roubando uma rosa amarela prá você

Ainda tem balanço tem gangorra meu amor

Crianças que não param de correr

 

Aquele bom velhinho pipoqueiro foi quem viu

Quando envergonhado de namoro eu lhe falei

Ainda é o mesmo sorveteiro que assistiu

Ao primeiro beijo que eu lhe dei

A gente vai crescendo, vai crescendo e o tempo passa

Nunca esquece a felicidade que encontrou

Sempre eu vou me lembrar do nosso banco lá da praça

Onde começou o nosso amor

 

A Malharia Helena Fechou

Helena Machado

1968 x 2019 - Depois de cinquenta anos de serviços prestados, fecha suas portas a MALHARIA HELENA. Sinto no peito um misto de nostalgia e, por que não dizer, de orgulho pela trajetória vitoriosa de nosso trabalho.

Destaco aqui a participação e empenho de Gerson Bertholdi e minha filha Gina Machado, sem os quais a empresa não alcançaria todo esse tempo. Agradecemos aos colégios, pais, alunos e toda uma geração que nos prestigiou.

Destaco, também, o cofundador Gildo Machado, que apoiou, incentivou e construiu os alicerces da empresa. Sem ele seria impossível esse projeto. Foi muito trabalho, muito aprendizado, muitas conquistas. Agradeço, sobretudo, a Deus por tudo isso. Valeu!

 

Emoções Cachoeirenses

Com o título acima, em 29 de julho de 2017, escrevi, aqui, CONEXÃO 467, o texto abaixo:

""EMOÇÕES" é um Grupo de Danças da 3ª Idade de Cachoeiro que, frequentemente e quando tem apoio, visita e se apresenta em outros Estados e até no Exterior. E eu não sabia disso. Não sabia desse Grupo "formado por "meninas" de diferentes classes sociais, credos e etnias que possuem uma causa comum: o amor à dança", além, é claro da solidariedade. Agora sei.

Foi o que captei e me informei, dia desses, ao conversar, na fila da Caixa Econômica, com duas das "meninas": Marisa Duarte Louzada e Lucia Helena Hosken Pombo (a foto é de uma das apresentações delas, fora de Cachoeiro). Vida longa para o Grupo e para as "meninas"".

Agora, volto às "meninas", para informar que elas estarão na Câmara Municipal de Cachoeiro, na terça-feira, às 14,30 h, trazendo notícias sobre o 1º FEST DANCE CACHOEIRO, a realizar-se no Teatro Rubem Braga, de 19 a 21 de julho, patrocínio da Lei Municipal Rubem Braga e dizendo sobre suas realizações desde 2009. Uma história muito bonita que precisa ser conhecida e sempre lembrada pelos cachoeirenses.


Higner Mansur Advogado, guardião da cultura cachoeirense e, atamente, vereador

Comentários