Deputado federal prevê PT mais forte no ES em 2020 - Jornal Fato
Política

Deputado federal prevê PT mais forte no ES em 2020

Helder Salomão concedeu entrevista exclusiva ao Jornal Fato. Ele acredita que o PT retome espaços perdidos, nas eleições de 2020


Desde 2015, Helder Salomão destina recursos para Cachoeiro e mais 60 municípios - Dayane Hemerly/Jornal Fato

Cachoeiro, Colatina e Cariacica, no Sul, Norte e metrópole capixaba, respectivamente, têm características orçamentárias que as aproximam na dor, com grande número de habitantes e arrecadação insuficiente para atender às demandas. Para municípios assim, qualquer recurso extra é bem-vindo.

O deputado federal Helder Salomão (PT) conhece bem essa realidade. Nasceu em Colatina, já administrou Cariacica em dois mandatos (2005-2012). Agora, do outro lado da bancada - cumpre o segundo mandato em Brasília - faz questão de distribuir as emendas de que dispõe pelos municípios capixabas. Sessenta e um já foram atendidos.

Nesta sexta-feira ele esteve em Cachoeiro para uma série de compromissos, dentre eles, visitar a Santa Casa, para onde incluiu R$ 400 mil para custeio nos últimos dois anos. Aliás, a saúde é um dos destinos preferenciais de suas emendas ao orçamento da União.

Desde 2015 foram bem mais de R$ 1 milhão para construção de Unidade de Saúde, e para equipar hospitais filantrópicos, além de outros R$ 280 mil para pavimentação de ruas do bairro Monte Cristo, e R$ 100 mil, para aquisição de instrumentos musicais para associação cultural.

 

BRASÍLIA

Helder tem tido desempenho de destaque num dos casos que abala a república - o vazamento de diálogos entre o então juiz e agora ministro da Justiça, Sergio Moro, e os procuradores da Lava Jato, em que, aparentemente, Justiça e Ministério Público Federal atuaram em conluio para garantir a condenação do ex-presidente Lula.

Presidente da Comissão de Direitos humanos, conduziu a audiência pública em que o jornalista que revelou o escândalo, Glenn Greenwald, foi sabatinado pelos deputados na última terça-feira (25). "Só no canal de YouTube da Câmara, mais de 50 mil pessoas acompanharam ao vivo", conta.

O parlamentar capixaba considera que o jornalista conseguiu demonstrar a veracidade das conversas vazadas e espera que novas revelações ocorram já neste final de semana. "Após essa audiência, o ministro Sergio Moro se sentiu quase na obrigação de ir à Câmara. No dia seguinte recebi o telefonema do assessor do ministro, marcando a ida dele para terça-feira".

A comissão também convidou o procurador Deltan Dallagnol para comparecer no dia 9 de julho, audiência ainda não confirmada pelo integrante do Ministério Público federal.

 

PREVIDÊNCIA

Outro assunto que gera grande interesse por mexer com a vida da população é a reforma da previdência. É quase unanimidade que precisa ser feita, o próprio Helder reconhece, mas, no campo de oposição, se queixa de medidas que, acredita, podem causar prejuízos aos mais humildes.

A proposta, no entanto, não deve ir a plenário antes do recesso parlamentar, que começa em 15 de julho. "Tudo depende do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que é, hoje, quem tem a maior estatura e consegue ditar o rumo e o ritmo. Se ele não colocar força na tramitação, ela não sai do lugar. O governo está sem articulação".

 

ELEIÇÕES

Embora tenha conseguido a maior bancada na Câmara Federal nas eleições de 2018, e o maior número de governadores do país, o PT teve nítido encolhimento no Espírito Santo nas duas eleições mais recentes. Tinha seis prefeitos, inclusive o de Cachoeiro, e tem apenas um, em Barra de São Francisco. Contava três deputados estaduais, hoje só tem um.

Helder, no entanto, vê com otimismo as perspectivas do partido no país. No Espírito Santo, acredita que haja ao menos 20 candidaturas a prefeito, mas não crava se será candidato em Cariacica, ou mesmo se o partido terá candidato em Cachoeiro.

"O PT vai aumentar o número de vereadores no estado. Vai aumentar o número de prefeitos e vai retomar espaços que nós perdemos nas eleições de 2016. É evidente que será uma eleição difícil, mas o fenômeno que levou Bolsonaro à Presidência da República está esfarelando. Os partidos da base do governo não repetirão o mesmo desempenho. Pelo contrário, terão dificuldades", pondera.

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