"O Bispo não retornou as ligações", destacou prefeito de Castelo sobre Santa Casa - Jornal Fato
Política

"O Bispo não retornou as ligações", destacou prefeito de Castelo sobre Santa Casa

A Santa Casa de Castelo passou a ser gerida desde o dia 1º de dezembro por uma empresa contratada pelo município e isso não agradou alguns funcionários, médicos e parte da população da cidade que teme ficar sem atendimen


O prefeito de Castelo, João Paulo Nali conversou com exclusividade com o Jornal FATO sobre a transição da Santa Casa de Castelo para a gestão municipal. Neste sábado (11), aconteceu uma manifestação que começou na porta do hospital e se estendeu pela cidade, contra a mudança na administração do local.

A Santa Casa de Castelo passou a ser gerida desde o dia 1º de dezembro por uma empresa contratada pelo município e isso não agradou alguns funcionários, médicos e parte da população da cidade que teme ficar sem atendimento médico. A Santa Casa de Cachoeiro disse ao FATO, que ofereceu remanejar os profissionais para Cachoeiro, caso eles optassem, assegurando todos os direitos trabalhistas.

"Os funcionários da unidade serão acolhidos e remanejados para a matriz em Cachoeiro. Já sobre os equipamentos, ainda não há definição, já que o hospital precisa continuar atendendo os pacientes", declarou a Santa Casa de Cachoeiro, via assessoria de Imprensa ao FATO. (leia a nota na íntegra no final da matéria)

Insatisfeitos com a situação, sociedade e funcionários da Santa Casa de Castelo, foram às ruas pedir uma solução do problema.

AÇÃO JUDICIAL

O SITESCI - Sindicato dos Trabalhadores da Saúde informou ao FATO que está acompanhando a situação do encerramento do convênio entre santa casa e município de castelo. o fim do contrato se deu em 30/11 e antes disso o Sindicato já havia se reunido com a Santa Casa e também com os funcionários na tentativa de encontrar uma solução para o impasse.

O Sindicato ainda aguardou até o dia 10/12, data limite para pagamento das verbas rescisórias conforme legislação. Não sinalizando com data para pagamento, o SITESCI está ingressando nesta segunda-feira (13), com ação judicial com pedido de liminar para antecipar a liberação do FGTS, seguro desemprego e pagamento do salário de novembro dos funcionários e também par resguardar o direito dos mesmos.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Joana D'Arc Caetano, a situação é complexa: "Estamos acompanhando sim, na condição de protetores dos trabalhadores. A nossa parte enquanto Sindicato dos Trabalhadores é garantir que os direitos dos trabalhadores sejam pagos", concluiu.

 

O QUE DIZ O PREFEITO DE CASTELO

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Para o prefeito de Castelo João Paulo Nali, a manifestação é contra o fechamento da Santa Casa de Cachoeiro em Castelo.

Segundo ainda Nali, a manifestação contou com menos de 30, dos atuais 171 funcionários que ainda se encontram vinculados a Santa Casa de Cachoeiro, sem poderem ser contratados em outros lugares.

O prefeito justificou o impasse dizendo que "A Santa Casa de Cachoeiro não quis fazer a transição para, possivelmente, prejudicar e forçar o município a fazer a renovação de um serviço mal prestado, com salários atrasados, falta de medicamentos e sem perspectivas de melhorias", completou.

A Santa Casa de Cachoeiro informou que não demitiria os funcionários, que todos seriam transferidos para Cachoeiro. Para o prefeito, "uma ação para possivelmente impedir que os mesmos trabalhassem na Gestão de transição do hospital", avalia.

João Paulo Nali destacou que mesmo mantendo diálogo com os funcionários do hospital filantrópico, eles continuam sendo vinculados à Cachoeiro. Destacou que diante dessa situação e do anúncio de não fazer a transição faltando 8 dias para o termino do contrato o município teve que assumir de forma emergencial.

"O município tentou contato por 6 vezes com o Presidente do Conselho da Santa Casa de Cachoeiro, o Bispo Luiz, porém o mesmo não atendeu e nem retornou as ligações", disse o prefeito que encerrou a entrevista dizendo que:

"O ato foi, possivelmente, uma tentativa de criar um fato político liderado por vereadores de oposição que são contra o município assumir e melhorar os serviços que eram realizados no hospital de Castelo".

Nossa reportagem também entrou em contato com Bispo Diocesano, Dom Luiz Fernando Lisboa, citado pelo prefeito. Sua assessoria ficou de avaliar seu posicionamento. 

A Santa Casa de Cachoeiro enviou uma nota, leia na íntegra:

"A Santa casa de Misericórdia Cachoeiro informa que a partir do dia 30 de novembro de 2021 não responde mais pela administração da Santa Casa filial Castelo. O convênio firmado em julho de 2011 e que se encerrou no dia 30 de novembro não foi renovado pelo poder público.

A Santa Casa informa ainda que durante os 10 anos em que administra o hospital cumpriu sua missão de atender os pacientes de Castelo e região com todo cuidado, zelo, dedicação e a credibilidade de uma instituição que há 121 anos é reconhecida pela população dos 27 municípios do Sul do Espírito Santo.

Trabalhando em parceria com o poder público e sociedade civil organizada, conseguiu modernizar o hospital, levando mais conforto e segurança para os pacientes do SUS. Foi também durante sua administração que deu o primeiro passo para a construção de uma UTI com 10 leitos, realizando um sonho antigo dos moradores de Castelo e região.

Nesses anos, a gestão da Santa Casa repaginou a unidade, implementou sua marca e hoje deixa o hospital com a certeza de que ofereceu o melhor serviço para a população com a credibilidade de quem mais entende de saúde.

Os funcionários da unidade serão acolhidos e remanejados para a matriz em Cachoeiro. Já sobre os equipamentos, ainda não há definição, já que o hospital precisa continuar atendendo os pacientes.

Agradecemos toda a equipe de colaboradores, aos parceiros e voluntários que nos acompanharam com total dedicação ao longo desta jornada". 

Matéria atualizada às 08h38 do dia 14, com a nota da Santa Casa de Cachoeiro. 

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