O que levou a prisão do prefeito de São Mateus? - Jornal Fato
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O que levou a prisão do prefeito de São Mateus?

Segundo o MPF, os integrantes da organização criminosa desviaram verbas públicas em favor de suas empresas, inclusive o prefeito, que mantém sócios de fachada para ocultar que é o real proprietário.


O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) deflagraram, na manhã desta terça-feira (28), uma operação para desarticular esquema criminoso estabelecido na Prefeitura de São Mateus, no Espírito Santo.

A operação apura os crimes de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraudes a licitações praticados pelo prefeito da cidade e outros 18 investigados, entre empresários e assessores. O esquema operava no executivo municipal desde 2017, e prosseguiu neste ano após a reeleição do prefeito Daniel do Açaí. 

Os valores apreendidos em espécie, atualizados na tarde desta terça-feira (28) foram: R$299.910 ( encontrados na emoresa de água mineral Açaí). R$437.135 (encontrados na casa do prefeito) e R56.250 (encontrados na casa da servidora pública da prefeitura de São Mateus).

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VEJA O QUE DIZ O SUPERINTENDENTE DA POLÍCIA FEDERAL NO ES, DR EUGÊNIO RICAS

De acordo com o superintendente da Polícia Federal, o prefeito de São Mateus, Daniel Santana era o líder da organização criminosa, selecionado inclusive quem trabalharia com eles no esquema:

Eugênio Coutinho Ricas, superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo (PF-ES).

Casa do prefeito de São Mateus, um dos alvos da operação da Polícia Federal 
 
Ação da empresa de água mineral do prefeito de São Mateus
 
Documentos encontrados na empresa do prefeito, destruídos, prontos para descarte no lixo. 

Após apuração preliminar e diante dos indícios apontados, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) deferiu os pedidos de prisão temporária do prefeito e outros seis investigados, além de busca e apreensão nos endereços de todos os 19 investigados e o afastamento do sigilo telefônico, telemático, bancário e fiscal deles.



De acordo com as investigações, valendo-se do cargo de chefe do executivo, o prefeito, em conluio com empresários, assessores e outras pessoas, interferiram em licitações promovidas pelo município de modo a favorecer o grupo político liderado por ele. Entre os contratos suspeitos identificados pelos investigadores, está a compra de cestas básicas com verbas da educação realizada sem licitação, aproveitando-se de disposições especiais da situação emergencial de enfrentamento à pandemia e que custaram aos cofres públicos R$ 1,6 milhão.

Daniel Santana - Prefeito de São Mateus



Segundo o MPF, os integrantes da organização criminosa desviaram verbas públicas em favor de suas empresas, inclusive o prefeito, que mantém sócios de fachada para ocultar que é o real proprietário. Essas empresas são utilizadas para movimentar recursos de proveniência ilícita, dissimulando os verdadeiros beneficiários, por meio de depósitos em espécie, aquisição de bens através de terceiros, dentre outras práticas típicas da lavagem de dinheiro.



Conforme apontou a PF no inquérito, as empresas dos investigados se revezaram em diferentes processos licitatórios, por meio de combinação entre si, pulverizando o lucro obtido em detrimento dos cofres públicos. O prefeito, por intermédio de uma de suas empresas mantida por laranjas, realizou contratos com o município que somam mais de R$ 6,5 milhões.

No pedido de busca e apreensão, o MPF destaca que alguns investigados apagaram mensagens de e-mail enviadas e recebidas durante o período, com intuito de destruir provas dos crimes. A data limite de apagamento das mensagens é exatamente igual, o que demonstraria uma ação combinada entre eles, e aconteceu poucos dias antes de outra operação policial em São Mateus.

 

 



Autos 5012657-56.2021.4.02.0000

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