Vereadores, deputados e policiais debatem crescimento do crime - Jornal Fato
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Vereadores, deputados e policiais debatem crescimento do crime


Aumento do efetivo e da infraestrutura, aliados a mais investimentos em tecnologia e inteligência das polícias Civil e Militar; volta do 190 local; reforma do código penal; fiscalização das fronteiras do país; controle mais rigoroso do acesso a munições; autonomia para os defensores públicos e escola em tempo integral para crianças e adolescentes.

Essas foram algumas das soluções apontadas esta semana durante audiência pública realizada pela Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado da Assembleia Legislativa (Ales), na Câmara Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, para discutir ações de enfrentamento à crescente violência no município. No entanto, prazos e o volume de recursos para a implementação das medidas ainda não foram divulgados.

O presidente da Ales, Theodorico Ferraço (DEM), foi quem solicitou a presença da comissão. "A violência vem crescendo, por isso a gente veio aqui fazer um diagnóstico, uma fotografia. Esta realidade não vai ser mudada da noite para o dia. Após ouvirmos as explicações, vamos nos reunir com os comandos em Vitória para procurar alternativas"?, declarou o deputado estadual.

Responsável pelo Comando de Policiamento Ostensivo (CPO) da região Sul, que abrange 34 municípios, o coronel Hermano Pinto de Oliveira discorreu sobre as ações da Polícia Militar (PMES) em Cachoeiro. "Desde novembro de 2013, quando assumimos o comando, executamos inúmeras operações, intensificamos as abordagens a veículos e pessoas, prendemos foragidos da Justiça, drogas, armas e veículos roubados. A PM vem fazendo as ações repressivas e preventivas, mas infelizmente não temos como evitar alguns crimes, como, por exemplo, os crimes de família"?, afirmou.

O delegado da Polícia Civil Paulo Rogério da Silva, que comanda a Superintendência de Polícia Regional Sul, expressou a "necessidade de um debate mais aprofundado a respeito da temática da violência"?.

Ele questionou: "A questão social influencia bastante. Eu prendi um rapaz que já tinha 23 passagens e que me disse que quando saísse iria continuar roubando. O que nós vamos fazer? Reduzir a maioridade penal? Aumentar a pena?"?.

Promotor de Justiça do Ministério Público Estadual (MPES), Flávio Guimarães Tannure atua na área criminal em Cachoeiro e destacou a necessidade de revisão na legislação penal brasileira. "Ã? preciso uma reforma urgente no código penal. Nós estamos enfrentamos uma nova era de criminosos e a legislação não está preparada para lidar com esse tipo de gente. Hoje, a polícia investigativa trabalha com o inquérito policial, que precisa ser simplificado para que o delegado o conduza com mais agilidade. O sistema precisa ser redimensionado"?, disse.

Ademir Torres, integrante do Conselho Estadual dos Direitos Humanos, questionou a forma como a violência é combatida no país. Ele defende a prisão dos grandes criminosos e frisou a necessidade de investimentos na área da educação. "?Oportunistas estão querendo prender crianças de 12 anos, mas reduzir a maioridade penal é uma brincadeira. Precisamos é melhorar a educação, a saúde. Temos que parar de prender pobres e negros para prender os grandes traficantes, os que andam de helicóptero. Destinar mais recursos para a inteligência da polícia. O sucateamento da polícia parece que interessa a alguém"?, apontou.

Ademir também ressaltou a importância de os defensores públicos terem autonomia para poder oferecer um serviço melhor à população "Os presos com dinheiro vão até o Supremo Tribunal Federal, mas os pobres do Zumbi (bairro carente de Cachoeiro), não. Eles ficam nos presídios, muitas vezes sem o atendimento jurídico adequado"?, concluiu.

 

 

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