Resiliência - Jornal Fato
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Resiliência


Tentando desvendar porque algumas pessoas chegam aos noventa anos cheios de vida e de amor para dar, enquanto outros chegam aos sessenta só falando em aposentadoria e cheirando a mofo, encontro o termo resiliência, para mim uma palavra nova. E pesquiso para entender seu significado e partilho por acreditar na sua eficácia.

Resiliência é um conceito psicológico, mas que pertence à física. Trata-se da capacidade da pessoa lidar com problemas, superar obstáculos e resistir a choques e estresses, sem depressões ou surtos.

Ser capaz de administrar as próprias emoções, o que significa não transferir para os outros problemas que são seus. Quem não administra a carga que lhe pertence, aproveita qualquer oportunidade para jogar em cima dos demais aquilo que lhe pesa.

O controle dos impulsos é outra grande prova de resiliência. No trânsito observamos quantos perdem o controle por tão pouco, saem xingando e esbravejando por quase nada. De vez em quando sou alvo desses predadores do trânsito e fico na minha, calada e não me abalo. Meus netos ficam intrigados comigo porque não revido e lhes digo que o problema é dos descontrolados, não meu. Nego-me a envolver na neura dos outros. Como bem diz Almir Sater, em Tocando em Frente: "Ando devagar porque já tive pressa, e levo esse sorriso porque já chorei demais. Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe..."?

Pessoas otimistas estão sempre acreditando que as situações vão melhorar. Elas possuem fé e esperança no ser humano e na vida como um todo. No mesmo cenário que um pessimista vê trevas o otimista enxerga luz.  O otimista consegue fazer uma análise clara da situação e do ambiente conflitante e a partir daí busca as soluções, objetivamente. Um ambiente, quando nos é adverso, é capaz de causar uma sensação de mal estar muito grande. Um otimista despede-se rapidamente e foge de pessoas que, às claras ou por subterfúgio, lhe são hostis. O pessimista ou masoquista se mantém teimosamente acreditando que pode mudar as situações.

Conviver harmoniosamente é uma questão de empatia. Posso tentar compreender os estados psicológicos das pessoas ao meu redor, o que não devo é forçar um sentimento de aceitação. O que podemos e devemos é vincular pessoas aos nossos projetos e fazer-nos confiáveis. A seriedade das propostas, a convicção de quem é honesto, a credibilidade de quem age corretamente pela vida, todos são fatores capazes de alcançar os outros indistintamente.

E dar um sentido a própria vida colocando sempre objetivos a serem alcançados, sem medo de fracassar.  E confiar na própria capacidade e na autoeficácia. Enquanto temos planos para o futuro temos vida, seja lá com qualquer idade. Ainda citando Almir Sater: "Cada um de nós compõe a sua história, cada ser em si carrega o dom de ser capaz, e ser feliz."? Isso é resiliência.

 

Marilene De Batista Depes, [email protected]

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