Ex-vereador depõe sobre dinheiro ao tráfico - Jornal Fato
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Ex-vereador depõe sobre dinheiro ao tráfico


Um ex-vereador, que disputou a campanha eleitoral do ano passado - sem sucesso -, pagou R$ 15 mil a traficantes para poder circular com segurança no bairro Zumbi, em Cachoeiro de Itapemirim, em sua busca pelo voto. A denúncia foi feita por uma testemunha protegida.

A má divisão do dinheiro, no entanto, pôs fim à harmonia entre os líderes do morro, que passaram a se confrontar, inclusive matando integrantes das respectivas facções.

Enquadrando-se nas descrições repassadas pelo delegado que investiga o caso, o ex-edil Roberto Bastos (PMN) vai depor na manhã de hoje à Polícia Civil.

O delegado, Guilherme Eugênio, disse ontem que uma pessoa do bairro Zumbi ficou incumbida de distribuir os R$ 15 mil pagos pelo ex-vereador aos três traficantes.

A divisão não foi feita a contento. Um dos três era menor e não tinha conta bancária; ele teria confiado o recebimento ao seu sócio no crime. O episódio gerou guerra entre bandos, contou.

Guilherme preferiu não dar publicidade ao nome do ex-vereador, porém falou à reportagem que ele perdeu o último pleito para a Câmara Municipal e é médico. Ontem mesmo, Roberto Bastos, que é médico "" inclusive o único na última legislatura -, foi intimado a depor hoje, às 9h30. A reportagem tentou contato telefônico com o ex-parlamentar, mas não obteve êxito.

 

Rachid

O último dos dois mandatos do ex-vereador Roberto Bastos foi conturbado. Próximo às eleições, ele foi afastado da função pela Comissão de Ã?tica e Decoro Parlamentar, que preferiu não cassá-lo diante da acusação de reter parte dos vencimentos dos servidores (rachid) e utilizá-los em seu consultório ou campanhas políticas quando deveriam prestar serviço público.

Em setembro, mediante erros no processo da comissão, o vereador retornou à Câmara Municipal, a tempo de concorrer à reeleição sem impedimentos jurídicos. A sua volta foi determinada pelo juiz da Vara dos Feitos da Fazenda Pública, Robson Louzada, que justificou, em sua decisão, que o vereador não teve direito de defesa, entre outros equívocos.

Em dezembro de 2012, Roberto foi considerado inocente pelos vereadores. Oito dos 10 edis em condição de votar aprovaram o relatório final. A Justiça ainda apura denúncia do Ministério Público de igual teor; na urna, Bastos não conseguiu a reeleição.

 

Leandro Moreira

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