Coisas de criança que me permitiram construir a mulher que sou! - Jornal Fato
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Coisas de criança que me permitiram construir a mulher que sou!


 

Quando criança me lembro de fazer arte, mesmo sendo menina usava e abusava do meu jeitinho moleca para viver e gozar a vida, da maneira mais pura e também mais divertida que podia.

O tempo foi passando e a menina que um dia foi moleca cresceu, na forma, na visão, no entendimento de Mundo, enfim amadureceu.

E como um fruto caiu do pé, pensou ter que retornar a ele e tentou em vão mesmo madura, se unir novamente ao galho que a nutriu.

Percebeu não ser esse seu destino, afinal a natureza também tem suas regras e felizmente seu momento chegou.

Momento de se ver madura, segura de sí, de seus anseios, de ver sua "separação" do galho como algo natural, e por assim dizer divino.

Hoje como antes gozo a vida sendo menina (principalmente ao brincar com meus pequenos), moleca (ao me divertir e fazer graça com as rabugices alheias e também as minhas).E mulher que se permite sentir e experimentar cada uma dessas novas atitudes e sensações, tendo a certeza que elas estão em mim,e não o contrário que eu pertenço a elas.

Usaria o pseudônimo Goiaba. Não fazendo apologia ás mulheres frutas que se evidenciam por suas formas, más devido às minhas lembranças.

As goiabeiras estão vivas nas lembranças físicas dos meus pés, elas me acolhiam desde pequena quando subia até onde conseguia para alcançar a goiaba desejada na ponta do galho.

E desta forma mesmo menina, e por que não dizer pequena mulher, já me sentia grande em minha coragem pois sempre conquistei a goiaba dos meus anseios, mesmo que em baixo do pé rosnasse um cão feroz.

Afinal ao me ver lá em cima, por mais barulho que o cão fizesse eu tinha a certeza que ele iria continuar alí, em baixo. Próximo, porém bem longe de mim.

Próximo de mim, porém longe de meus Ideais. E que hora ou outra no momento de sua distração eu teria tempo o suficiente para descer e apreciar uma de minhas doces lembranças da infância, a goiaba perfeita. E com ela a realização de poder me arriscar, me machucar, porém alcançar e desta forma meu desejo saciar. E assim ter a certeza de em mim poder confiar.

 

 

Janine Bastos

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