O caminhoneiro Marcelo Mamedi de Brito, 39 anos, foi preso na noite de domingo(25), acusado de matar à facada o também caminhoneiro Silvio Princisval Martins, 39 anos. O crime aconteceu após uma discussão de trânsito na Rua Raimundo Folim, no bairro Boa Vista, em Cachoeiro de Itapemirim.

A reportagem conversou com Mamedi. Ele disse que, por volta das 18h00, o caminhão de Martins estava obstruindo a rua. Mamedi queria passar com sua caminhonete, porém não conseguiu. Então, contou que fora até o caminhão pedir ao motorista que o retirasse da via. No entanto, segundo ele, Martins se recusou e fechou a porta do seu veículo, iniciando a confusão.

"Começamos a discutir, apareceram vários homens que me agrediram com socos e pontapés. Minha mulher e meu filho saíram do carro e tentaram me ajudar, mas também acabaram sendo agredidos. Em determinado momento da briga um dos homens pegou uma faca e veio em minha direção, mas consegui tomá-la. Foi tudo muito rápido, quando vi, o caminhoneiro tinha sido atingido na barriga. Não sei se ele veio em minha direção e a faca entrou em seu corpo ou se enfiei a faca nele. Ele acabou morrendo. Uma coisa eu lhe falo, agi em legítima defesa"?, alegou o acusado.

Questionado se havia ingerido bebida alcoólica, Mamedi afirmou que não.

Na manhã de ontem, a esposa da vítima, que também se envolveu na confusão, compareceu ao Departamento de Polícia Judiciária, com escoriações pelo corpo. Ela desmentiu a versão do acusado. Segundo a mulher, o seu marido é quem foi pedir passagem e foi agredido.

"Meu esposo foi pedir ao rapaz que desse passagem, então os dois começaram a discutir, um outro homem apareceu e eles o encurralaram. Quando vi, ele já estava caído no chão. Tentei ajudá-lo, pois ninguém foi apartar a briga e acabei agredida. Estou com vários hematomas e levei três pontos. Meu marido não estava com nenhuma faca, pois estávamos vindo do lazer. Isso foi uma tragédia. Mataram meu marido por causa de uma discussão boba. Eu quero justiça, quero que esse homem fique preso por muitos anos e reflita o que ele fez"?.

A polícia já identificou outro envolvido no caso. O empresário Gilberto Mantuan, que teria participado das agressões contra a mulher, está foragido. Seu advogado esteve na delegacia ontem a tarde, e segundo o delegado Guilherme Eugenio, uma nova testemunha será ouvida.

O caso está sendo investigado pela Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) do município. Até o fechamento da edição, Mamedi permanecia detido.

 

Wanderson Amorim

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