Ã? com esse que eu vou - Jornal Fato
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Ã? com esse que eu vou


Quem viu a posse dos novos secretários do prefeito Carlos Casteglione (PT), bem como a manutenção dos antigos, já percebeu que ele não fará modificações abruptas em seu secretariado. Em período pré-carnavalesco, o título acima (uma homenagem à bela música do compositor Pedro Caetano) cai bem para ilustrar o momento vivido no samba e na política cachoeirense. 

Ã? com essas pessoas que Casteglione deve seguir até o período em que disputará a reeleição. Boas ou não, competentes ou não, elas parecem agradar ao prefeito. E se agradam ao chefe, devem também estar agradando toda a corte do Palácio. E como o governo do PT se norteia muito pelas pesquisas da Enquet, imagino que todas tenham passado pelas avaliações internas de Helena de Almeida. E deve haver sintonia com o povo, presumo ainda.  Então, aparentemente com tudo correndo bem, sem mexer significativamente no primeiro escalão, vai o governo para o seu terceiro e decisivo ano. A primeira prova de fogo será passar pela avaliação (e esta sim será publicada pelo jornal A Gazeta) da Futura, que começará daqui uns dias a medir a eficiência administrativa das sete maiores cidades capixabas. Cachoeiro é uma delas. Medirão também a popularidade do prefeito. Bom teste. 

A jogada de atrair partidos para o governo foi boa. Dá uma readequação na base política, o que lhe garantirá aparente paz na Câmara. Mas um aviso aos navegantes: ter apoio de sete partidos hoje não significa necessariamente tê-los na reeleição.  

Em política a traição é tão comum quanto no amor. Gente que atuou no governo que antecedeu a este sabe bem o que é isto. Alguns aliados tiveram tudo do ex-prefeito Valadão, mas quando foram para a rua e viram a população em caminho contrário, mudaram de rumo com ela. 

Mas não dá para dizer que Casteglione não está tentando. Só acho que deveria ter sido mais ousado e mexido em alguns secretários. Mas quem ganhou uma eleição em 2008 contrariando todos os prognósticos deve saber o que está fazendo.

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no jornal Estado de Minas, edição desta segunda-feira - A mesa diretora da Câmara dos Deputados se reúne nesta terça-feira para debater como acabar com as disputas sobre quem deve assumir mandato de parlamentares que se licenciam. A ideia é alterar a lei eleitoral de modo a deixar claro que a vaga fica com o mais votado da coligação, e não do partido.

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Essa bagunça que alguns ministros do STF estão causando ao dar a vaga na Câmara Federal aos suplentes do partido, e não da coligação, não fere só a lei eleitoral vigente, mas desmoraliza também o Congresso. Aliás, desmoraliza o país inteiro. Mudam a regra do jogo no meio dele. Ã? como se um time saísse ganhando o primeiro tempo, e na volta do intervalo o juiz anulasse o gol e o desse para o adversário.  

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Me lembra até aquela velha história do árbitro Harmonia. Era estrelense confesso e foi apitar Estrela do Norte versus Comercial de Muqui. Depois de 5 a 0 ainda no primeiro tempo, e a fatura praticamente resolvida, o alvinegro de Cachoeiro fez o sexto gol, mas o homem de preto anulou por impedimento. No segundo tempo os muquienses reagiram. E após inacreditáveis 5 a 5 no placar, Harmonia, querendo ajudar seu time de coração, chama os capitães no centro do gramado e informa: "Olha, aquele gol que eu anulei, ta valendo!"?. 

Por falar no mestre Pedro Caetano, essa é dele e de Claudionor Cruz: "Chega / Eu já sei o que vens me dizer / Chega / Eu nem quero saber / Se ela é falsa, deixa a tristeza comigo / Quem fala dela não pode ser meu amigo..." (Disse-Me-Disse).

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