Após Pirarucu, pescador captura Tucunaré com linha no Rio Itapemirim - Jornal Fato
Meio Ambiente

Após Pirarucu, pescador captura Tucunaré com linha no Rio Itapemirim

O aparecimento de espécies oriundas do Pantanal e da Bacia Amazônica podem ser provenientes de dois fatos no Sul capixaba.


Parece "história de pescador", mas é a mais pura verdade! Um pescador da localidade de Limão, próximo à Barra Seca, em Itapemirim, capturou com linha um Tucunaré na sexta-feira (23), antevéspera do Natal, no Rio Itapemirim.

O peixe, de origem do Norte brasileiro, não é um caso isolado de espécies exóticas encontradas no Rio Itapemirim. Em fevereiro do ano passado, o pescador Janiel Martins, 43 anos, conseguiu retirar das águas um Pirarucu, de aproximadamente 50 quilos, nas margens do rio no bairro Baiminas.

Segundo explica a Cientista Social e Especialista em Educação Ambiental, Dalva Ringuier, o aparecimento de espécies oriundas do Pantanal e da Bacia Amazônica podem ser provenientes de dois fatos no Sul capixaba.

O primeiro, Dalva explica que com as enchentes que vem atingindo a região nos últimos anos, foram responsáveis por transbordar criadouros particulares, fazendo com que esses animais ganhassem o fluxo do Rio Itapemirim e se misturando com as espécies nativas. A ambientalista relembra que, no caso do Pirarucu, foi uma criadouro em Burarama, distrito de Cachoeiro de Itapemirim, que transbordou e cerca de 200 espécies vieram para o Rio Itapemirim.

"O Rio Itapemirim é um ambiente idêntico ao que estas espécies estão acostumadas. Clima quente, áreas profundas e outras mais rasas, tornam o ambiente perfeito para estes peixes, pois eles são territoriais. Imagina estes Pirarucus se reproduzindo e a quantidade que deve haver hoje no rio? Não tem como saber", destaca Dalva.

O caso do Tucunaré, de acordo com a ambientalista, pode ter uma outra origem. Ela relata que no passado, algumas pessoas com "boas intenções" soltaram diversos alevinos no Itapemirim. Dalva relembra que um estudo realizado há poucos anos, catalogou 17 espécies exóticas, entre eles o Tucunaré e um Cascudo Pintado da Amazônia.

Mas a ambientalista afirma que esta prática de perigosa e pode colocar em risco todas as espécies nativas do Rio Itapemirim, pois são predadores e podem causar a extinção. Indica, ainda, que uma das formas de buscar a solução para este caso seria uma pesca licenciada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

"Apesar de bem intencionados, a soltura de animais de outras regiões pode ser extremamente   perigoso para o ecossistema local, pois em busca de sobrevivência e territórios, esses predadores vão caçando e extinguindo os peixes naturais. É uma situação problemática, pois não tem como controlar", conclui Dalva Ringuier.

 

por Guilherme Gomes

 

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