Cachoeiro de Itapemirim perdeu hoje um de seus maiores expoentes políticos, Roberto Almokdice Valadão, que faleceu aos 85 anos em um hospital da cidade. Há anos estava doente, com várias internações no período.

Nascido em Colatina em 20 de setembro de 1938, filho de Helena Almokdice Valadão e Altivo Valadão de Andrade, iniciou os estudos no distrito de Itaici, em Muniz Freire. 

Em Cachoeiro, cursou contabilidade na Escola Técnica de Comércio e ciências jurídicas na Faculdade de Direito de Cachoeiro de Itapemirim (FDCI). 

Cidade na qual se destacaria no movimento estudantil, durante um período de intensa efervescência cultural e início da resistência contra a ditadura militar, lutando pela liberdade e democracia.

Sua trajetória política começou com a presidência do Conselho Superior da Casa do Estudante e evoluiu para a vice-prefeitura ao lado de Hélio Carlos Manhães (1971-1972). Depois, atuaria como vereador de 1973 a 1979, pelo MDB, ganhando notoriedade pela postura firme contra a ditadura militar, sobrevivendo a um atentado na década de 1970.

Valadão foi eleito deputado estadual, sendo o mais votado do MDB, e legislou na Assembleia de 1979 a 1983. Prefeito de Cachoeiro de Itapemirim de 1983 a 1989, comandaria novamente o Poder Executivo Municipal no período de 2005 a 2008. Em 1990, tornou-se deputado federal, trabalhando em Brasília até 1998. Entre suas conquistas, está a aprovação do projeto que tornou crime hediondo a falsificação de remédios.

Casado com Eloiza desde 1970, teve cinco filhos: Gláucia, Glauber, Roberta, Juliana e Helena. É reconhecido por sua dedicação à família e compromisso com a comunidade.

A cidade lamenta a perda de um líder que dedicou a vida à luta pela liberdade, democracia e desenvolvimento cultural e social de Cachoeiro de Itapemirim.