Caso Roseli: primeira audiência é realizada em Cachoeiro - Jornal Fato
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Caso Roseli: primeira audiência é realizada em Cachoeiro

Réu e diversas testemunhas foram ouvidas. Júri popular ainda será marcado.


Alexandre Vaz Nunes esteve presente. O Juiz Bernardo Fajardo Lima presidiu a audiência.

No início da tarde desta quinta-feira (24), aconteceu a primeira audiência do caso do assassinato da vendedora Roseli Valiate Farias, morta com um tiro na cabeça, pelo suspeito, então namorado, Alexandre Nunes Vaz. É ainda a primeira fase do processo de procedimento do júri. Mas o júri popular mesmo, ainda não está com data prevista.

Também presentes, a Promotora Andressa de Castro, o advogado de defesa, Felipe Santana e o advogado da família, Diego Rocha. O Juiz Bernardo Fajardo Lima presidiu a audiência.

Durante a audiência, realizada de forma híbrida, diversas testemunhas também foram ouvidas, como a noiva de Alexandre, Cátia Cristina Lima Teixeira, que se emocionou muito em relembrar os fatos, inclusive do relacionamento que ela considerava normal, desde quando se conheceram, através da internet, quando ele se apresentou como Fernando. Na época ele se justificou com Cátia que compreendeu seus motivos e seguiram com o romance, incluindo planos futuros. 

Cátia disse ainda que, durante o relacionamento que durou cerca de um ano, Alexandre se mostrou carinhoso, atencioso e tranquilo, e que segundo ela, nunca desconfiou de qualquer outro relacionamento de Alexandre. "Ele era educado, falava de forma suave me tratava muito bem", relatou.

Segundo a família, ninguém havia visto Alexandre até então, que usava o nome de Fernando. Roseli vivia o relacionamento normalmente, acreditando nas promessas de Alexandre, estando apaixonada pelo réu. A família também confirmou que Fernando, ou Alexandre, nunca participou de nenhuma reunião familiar.

Ao contrário de Cátia, Roseli descrevia Alexandre como um homem rude e seco, de poucas palavras, e reclamava com sua irmã que os finais de semana não eram dedicados à ela, mas mesmo assim ela gostava dele, segundo o que disse seus irmãos.

Totalmente envolvida no romance, Roseli comentou com a família que havia descoberto sobre o relacionamento de Alexandre com Cátia, quando ele disse que estaria viajando e foi visto pela vítima na porta da casa de Cátia. Foi aí que ele revelou que seu verdadeiro nome era Alexandre e não Fernando.

Após este episódio houve um rompimento na relação de Alexandre e Roseli. Depois de duas semanas, eles reataram o romance, o que impressionou seus colegas de gráfica.

"Roseli estava carente, vivendo uma paixão de adolescência", segundo uma amiga de trabalho, que participou da audiência.

Desabafando com sua  família, Roseli comentou que esperava uma decisão da parte do namorado: Alexandre disse a Roseli, segundo sua irmã, Greici Valiate, que ele iria decidir com qual das duas mulheres ele ficaria, pois estava indeciso. 

No dia que Roseli desapareceu, ela disse à família que iria se encontrar com Alexandre e que enfim, ele iria revelar com quem ele ia viver a dois. "Ela se produziu e foi para a casa dele na esperança de que ela seria a escolhida", revelou a irmã. 

"Ela era nossa mãe, faz muita falta. Tudo que tenho devo a ela", disse um dos irmãos, Gleydson Valiate. 

Todas as testemunhas responderam perguntas da acusação, da assistência, do advogado e do juiz.

Alexandre Vaz Nunes, que permanece preso, esteve presente durante as falas de todas as testemunhas. O réu foi ouvido pelo Juiz, mas preferiu ficar em silêncio.

 

A PRIMEIRA AUDIÊNCIA

Nesta audiência é onde ocorre a produção de provas e o fim da instrução processual. Ao fim, será aberto prazo para a acusação e assistência se manifestar por escrito, e depois a defesa, para então o processo voltar ao juiz para que ele dê a decisão sobre absolvição, pronúncia ou impronúncia.

De acordo com o Advogado Diego Rocha, advogado da família de Roseli Valiati, que neste caso, atua na assistência de acusação ao lado do Ministério Público, "É praticamente certo, de que ele será pronunciado, o que significa que vai a Júri Popular, com data ainda a ser determinada pelo juízo", esclareceu.

Também procuramos o Advogado de Alexandre Vaz Nunes, Dr. Felipe Santana, que declarou: "A audiência ocorrida neste dia 24, foi de extrema importância para a continuidade processual. A expectativa é que alguns pontos fiquem esclarecidos com a oitiva das testemunhas para assim melhor poder atuar na defesa do denunciado". 

 

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O CRIME

O pecuarista Alexandre Nunes, de 54 anos, que confessou ter assassinado, com um tiro na cabeça, a vendedora Roseli Valiati Farias, 47 anos, continua preso no CPD Viana. Os dois se conheceram na internet, através de um aplicativo.

Durante as investigações, foi descoberto que ele se utilizava das redes sociais para se aproximar de mulheres e mantinha cadastro metódico sobre elas, incluindo fotos e vídeos de mais de 300 vítimas.

De acordo com o Delegado Felipe Vivas, Alexandre Vaz Nunes foi indiciado por assassinato por motivo torpe, (Roseli teria descoberto a traição dele e cobrado respostas), utilizando ainda recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido (ela foi morta enquanto dormia), e contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, configurando feminicídio. Essas são questões qualificadoras.

Ele também foi indiciado pelos crimes de ocultação de cadáver, e posse irregular de munição.

 

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