Candidato à presidência da OAB quer ampliar serviços - Jornal Fato
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Candidato à presidência da OAB quer ampliar serviços


''Não sou um aventureiro, tenho propostas viáveis'' - Foto:Alex Gouvea

Denominada "Inova e Avança", a chapa 1, que concorre às eleições para a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-ES) é encabeçada pelo advogado Ricardo Brum, atual secretário-geral da Ordem, que disputa pela primeira vez o cargo. Concorrem também, no próximo dia 28, pela chapa 2, José Carlos Rizk Filho, e pela chapa 3, Elisângela Melo.

 

Sabe-se que o senhor esteve nos últimos três anos na secretaria-geral da OAB e é conhecido como "o homem dos números da Ordem", sobretudo devido a seu perfil de gestor técnico. Mas ainda não havia sido testado nas urnas. Por que a candidatura para presidência da OAB?

Brum: Para ser presidente é fundamental entender como funciona e é preciso, de fato, conhecer a OAB. E eu trabalhei muito na Ordem. Na Comissão de Sociedade, na Comissão de Orçamento e como secretário-geral, um cargo que é diretamente ligado à presidência e, principalmente, à gestão e administração de toda a instituição. Ampliamos nesse período a capacidade de investimentos, e temos serviços e realizações por todo o interior. Não sou um aventureiro e nem tenho outras pretensões. Conheço os desafios dos advogados e das advogadas, principalmente em início de carreira, queremos apresentar um novo modelo de gestão com o uso da tecnologia e temos propostas viáveis para fazer muito mais por nossa advocacia, com o protagonismo de todas as subseções.

 

O que os advogados e as advogadas do interior podem esperar se a chapa Inova e Avança for eleita?

Não há em todo o Estado um só município que não esteja contemplado, de alguma forma, pela OAB. Na secretaria-geral, colaborei com a construção ou reforma de nove sedes de subseção e 34 escritórios coletivos. Vamos focar ainda na capacitação de curta e média duração de temas específicos, com o aumento de cursos voltados para o interior a partir dos Encontros Regionais, da OAB TV e otimização das Bibliotecas Digitais. Também vamos criar um programa de vantagens da Escola Superior da Advocacia para descontos em novos cursos. É importante registrar que a interiorização da Ordem começou em 2010, com o presidente Homero Mafra.

 

O senhor tem falado bastante durante esta campanha sobre a utilização da tecnologia na OAB para melhorar a advocacia. Como isto pode ser feito?

Brum: Vamos criar um aplicativo chamado Avalia Jus para que os profissionais possam fazer críticas às possíveis violações no exercício da advocacia nos fóruns e tribunais, e também poderão fazer elogios. Assim, a partir de números, elementos e dados identificados, montaremos estratégias para atuarmos compartilhando com os poderes constituídos a responsabilidade pela redução do número de violações das prerrogativas. Contribuí para uma gestão eficiente, que reduziu o comprometimento do orçamento com gastos próprios e ampliou a capacidade de investimento.

 

A chapa do senhor é a da situação, apoiada pela atual gestão da OAB. O que os advogados que irão às urnas no próximo dia 28 podem esperar de novidade?

A nossa candidatura é uma construção coletiva. É formada por 92 pessoas, sendo 67 novas no grupo, o que representa uma renovação de 70%. Somos uma construção a partir do desejo do interior de uma união de ideias. Porque a Ordem é muito mais que uma única pessoa. Apresentamos, portanto, um pensar novo calcado em conhecimento construído a partir de muito suor em prol da advocacia. Temos capacidade de gerir, sem vínculos políticos que comprometam a independência da OAB, para que a nossa instituição possa seguir avançando em defesa da democracia, da advocacia e da sociedade.

 

Uma das chapas que concorre às eleições tem apresentado uma proposta de cooperativa de crédito de advogados para ser implementada na OAB. O que o senhor acha desta proposta?

Conheço essa modalidade e sei que não tem vantagem real para o advogado. Pedi, inclusive, para o candidato proponente explicar em debate realizado pela Rede Gazeta se ele já havia analisado a legislação do Banco Central, a legislação das cooperativas de crédito, se conhecia o processo necessário para executar a cooperativa. Mas ele demonstrou que não conhece a proposta de que tem falado, fugiu da resposta.

 

Outra proposta que tem movimento os debates é a de zerar a anuidade com compras em estabelecimentos conveniados, a Anuidade Zero. Como o senhor a avalia?

Este programa apresentado não é original e não é viável, porque, no final de contas, o desconto direto de 10% na compra por meio de convênios que a OAB já oferece é mais vantagem para o advogado do que gastar cerca de R$ 1.200 por mês em estabelecimentos conveniados e ter um desconto de apenas 6% por cada compra. Nossa proposta é pé no chão para ampliar descontos na anuidade, conseguindo chegar ao final do mandato em 50% 40%, 30%, 20% e 10% para os 5 primeiros anos da advocacia.

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