Miss Cadeirante e empresária fala sobre empoderamento e desafios das mulheres - Jornal Fato
Especial

Miss Cadeirante e empresária fala sobre empoderamento e desafios das mulheres

Um acidente mudou radicalmente sua vida e ela enfrentou com garra e determinação os desafios


Nossa entrevistada especial é Caroline Marques, 38 anos, paraplégica, mãe, dona de casa, formada em Processamento de Dados, apresentadora, modelo e empresária.

Desde jovem atua em projetos socias e trabalhos voltados a inclusão social, principalmente das pessoas com deficiência. "Fui Presidente da Organização Social "Viver em Igualdade"; entidade que promove a inclusão da pessoa com deficiência na sociedade, proteção aos animais e pela valorização e direitos das mulheres" destaca Caroline.

Pararelamente Caroline também atuou na TV e diversas outras ações voluntárias: "Apresentei a primeira temporada do programa Viver Eficiente, o qual tratava de assuntos relacionados às pessoa com deficiência; organizei ações para adoção de animais, realizei ações voluntárias levando profissionais de áreas diversas a fornecer serviços gratuitos em comunidades com vulnerabilidade sociais e fiz vários trabalhos publicitários e editorias de moda, voltado a área da pessoa com deficiência"

CONFIRA CAROLINA MARQUES EM UM DOS TRABALHOS NA TV

Caroline também é empreendedora. Empresária no segmento calçadista e ainda apoia o projeto "Sem Barreiras" que oferece gratuitamente curso de pilotagem de drones de fotos e filmagens, para pessoas que possuem deficiência.

RAIO X

Nascida em Santo André, numa família ligada ao ramo da beleza e hospitalar. O pai  era cabeleireiro e a mãe trabalhava na área administrativa hospitalar. Caroline Marques foi  criada pelos pais e avó, contribuindo na sua educação e formação, tendo uma boa infância e adolescência.

No ano de 1991 na minha infância, voltando de viagem com sua família, sofreu um acidente automobilístico, onde ficou paraplégica seu pai faleceu.

"Nesse momento começou minha luta para aprender a viver respeitando minhas diferenças e para me incluir na sociedade" conta Caroline.

E foram várias barreiras a superar: Após meses de internação e cirurgias no Hospital Brasil, a modelo e empresária iniciou a reabilitação na AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), Hospital das Clinicas de São Paulo, fazendo muita fisioterapia, hidroterapia e outros tratamentos em busca qualidade de vida e independência. "Com a ajuda de familiares e amigos, superei os desafios".

Caroline Marques nos conta um pouco nesta entrevista exclusiva, sobre sua visão de mundo e do empoderamento das mulheres.

Na sua visão, como é o mercado de trabalho para as mulheres que tem algum tipo de deficiência?

Na minha opinião eu acho que é onde começa a desigualdade, pois as pessoas com deficiência têm muita dificuldade e preconceito no mercado de trabalho. A lei de cotas ajudou a inclusão no mercado de trabalho, mas olham muito para o limite das pessoas com deficiência do que pela capacidade delas, precisa acabar com esse preconceito.

Existe ainda preconceito?

Sim, o preconceito e a discriminação são barreiras para as pessoas com deficiência. O mundo precisa ser igual para todos, estamos no século 21, esse preconceito precisa ser superado. A diversidade precisa ser valorizada!

Quais as formas que você utilizou para se preparar para seus objetivos? Estudos, projetos, parcerias?

Estudei muito sobre a área da pessoa com deficiência, melhor ainda... sinto na pele as dificuldades. Busquei parceria com entidades, empresários para a realização de ações e projetos para a inclusão da pessoa com deficiência na sociedade. Sempre socializo-me com as pessoas, para que elas entendam melhor meus limites e a minha capacidade.

Dá para conciliar vida pessoal e profissional?

Claro, com muito otimismo e determinação conseguimos conciliar nossa vida pessoal com a profissional. Mulher é guerreira!

Qual o significado do dia das mulheres para você?

O dia 8 de março (Dia das Mulheres), é o resultado de vários fatores: lutas e reivindicações das mulheres por melhores condições de trabalho e direitos sociais e políticos. Quando criou esta data, não se pretendia apenas comemorar, queríamos realizar conferências, debates e reuniões com o objetivo de discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço dessa luta toda é para tentar diminuir, e quem sabe um dia terminar com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, nós ainda sofremos, com o preconceito, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito já foi conquistado, mas ainda temos muita luta pela frente.

Empoderamento, valorização da mulher, combate à violência: quais suas considerações sobre esses assuntos?

As mulheres merecem respeito e os mesmos direitos e oportunidades que os homens. A igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres resultarão em uma sociedade mais justa, igualitária, saudável e com um desenvolvimento social que beneficiará a todas as pessoas. A participação das mulheres em igualdade de condições com os homens é fundamental para o desenvolvimento social e econômico sustentável de uma família, comunidade e país.

Envie uma mensagem de motivação e superação às mulheres

Não tenha medo da mudança. Nunca desista, no final tudo dá certo. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas siga em frente de qualquer jeito.

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